Um Presidenciável Psicodélico

ANDREZA MATAIS

da Folha Online, em Brasília - 09/10/2006 - 17h09

“Ontem, eu pensei que não estava na frente de um candidato, eu pensei que estava na frente de um delegado de porta de cadeia”. (grifo nosso)

Hoje, excepcionalmente, somente tive a oportunidade para ler os jornais, já à noite, cansado, após mais um dia de trabalho. Mas não conseguirei dormir em paz, antes de comentar o trecho de uma reportagem, acima mencionado.

Ontem, assisti ao tão esperado debate, no qual um dos candidatos ignorou os três primeiros, embasado na doutrina jurídico-popular do “eu gosto de levar vantagem em tudo, certo ?”, na falsa ilusão de ser beneficiado ao debater somente com um adversário.

O tri-campeão Gerson pode ficar tranqüilo, pois a Lei que carregou o seu nome durante décadas, injustamente, foi desclassificada, em meados do ano passado, para a Lei de “Jefferson”, numa correção histórica da nomenclatura político-corruptiva.

Desta forma, após testemunhar o “sapateado” em cima da nossa língua pátria, conforme a definição feita por um jornalista, ainda ontem, o que me obrigou a pingar azeite morno nos ouvidos, para aliviar a dor, provocada pelo esforço em entender o dialeto do protagonista analfabeto, filho de pais pobres, etc, que nunca sabe de nada que acontece no país, hoje meus olhos sofrem e imploram por um colírio !

A infeliz expressão “advogado de porta de cadeia” eu conheço há muitos anos, entretanto o que li na reportagem acima, indica que somente uma substância forte como o LSD, proporciona efeito tão prolongado, suficiente para provocar alucinações até o dia seguinte.

Por alguns instantes, fiquei apreensivo por estar sofrendo de algum mal ótico, ou de ter enlouquecido, pois “delegado de porta de cadeia”, enriqueceu e muito a minha “curtura” !

Por Alexandre Boechat

Em 09 de Outubro de 2006.

Alexandre Boechat
Enviado por Alexandre Boechat em 09/10/2006
Reeditado em 02/11/2006
Código do texto: T260519
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