Alucinações coletivas

Onde a crença em milagres existe, as provas serão sempre para confirmar a sua existência. No caso de estátuas que se movem, a crença produz a alucinação e a alucinação confirma a crença. --D. H. Rawcliffe

Alucinações coletivas são alucinações sensoriais induzidas pelo poder da sugestão. Geralmente ocorrem em situações fortemente emocionais, especialmente entre devotos religiosos. A expectativa e esperança de presenciar um milagre, combinado com longas horas a olhar um objeto ou lugar, tornam certas pessoas susceptíveis de ver coisas como estátuas que choram, imagens que se movem, ou a Virgem nas nuvens.

Estas testemunhas de "milagres" concordam nos seus relatos porque teen os mesmos preconceitos e expectativas. Mais, relatos distintos convergem para a harmonia quando o tempo passa e o relato vai sendo recontado. Os que nada vêem de extraordinário e que o admitem são postos de lado por não terem fé. Outros, sem duvida, não vêem nada, mas "em vez de admitirem que falharam... imitam o relato dos outros, e subseqüentemente acreditam que de fato observaram o que inicialmente fingiram que observaram...(Rawcliffe, 114)".

Nem todas as alucinações coletivas são religiosas, claro. Em 1897, Edmund Parish relatou o caso de marinheiros que partilharam a visão do seu cozinheiro que morrera dias antes. Os marinheiros não só viram o fantasma, mas viram distintamente ele caminhar nas águas com o seu coxear típico. O fantasma revelou-se um "pedaço de madeira, embalado para cima e para baixo pelas ondas" (Parish, 311; citado em Rawcliffe, 115).

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Ed
Enviado por Ed em 30/10/2006
Código do texto: T277939