A Conquista do Melhor

Sócrates, filósofo ateniense, baluarte da filosofia ocidental, afirmava: “ninguém que saiba ou acredite que haja coisas melhores do que as que fazem, ou que estão ao seu alcance, continua a fazê-las quando reconhece a possibilidade de outras melhores”. O que significa que nenhuma pessoa deseja conscientemente cometer atitudes que possam resultar em fracasso, sofrimento ou infelicidade.

Baseado num texto por mim escrito intitulado “Educando os Sentimentos”, eu creio que a compreensão do que é melhor para a vida de cada indivíduo, depende em muito do desenvolvimento da sua capacidade racional, ou seja, do aprimoramento de sua inteligência tanto emocional como espiritual. Para cada situação toda pessoa necessita estabelecer um raciocínio lógico para avaliar suas atitudes e as conseqüências dela. Antes que alguém diga que isso não é fácil, alerto que essa postura se adquire progressivamente – um passo de cada vez – com muita vontade, dedicação e maturidade.

È provável que muitos indivíduos com todas as suas imperfeições e habilidades, acreditem ser hoje o melhor que poderiam ser, uma vez que agem conforme suas possibilidades atuais de avaliação e interpretação junto aos demais e ao universo em que vive. Mas não se pode olvidar que sempre haverá possibilidades de que venham a ser mais eficazes, levando-se em consideração que, no momento, suas ações apenas representam e obedecem ao grau evolutivo possível até o momento presente. O que significa dizer, também, que o melhor sempre ainda está por vir, para ser potencializado e realizado.

Se prestarmos atenção em nossa existência, perceberemos que angariamos um cabedal de informações e conhecimento a todo o tempo dela. Então, se aprimoramos inteligentemente nosso modo de pensar, com certeza obteremos maior clareza em nossa interpretação das situações e, conseqüentemente vamos alcançar as melhores respostas para suprir nossas necessidades nos múltiplos setores de nossas vidas. Saber avaliar como fomos educados, quais os valores que recebemos no meio familiar, religioso e social em que crescemos, serve-nos como guia para analisarmos nosso padrão comportamental e redefini-lo de modo a torná-lo mais condizente com o que desejamos de melhor para nossa vida futura.

Vale lembrar, ainda, que apurar o conhecimento de nós mesmos, não passa apenas pelo aspecto meramente intelectual. É necessário um conhecer mais profundo e integral, para que possamos ter a certeza de que estamos verdadeiramente evoluindo; de que o caminho que estamos seguindo nos levará a harmonizarmo-nos com universo e com todos aqueles que, talvez de maneira diferente, também estejam também em busca do seu melhor.

Em verdade, todos nós possuímos recursos e potencialidades infinitas, a questão fundamental é o direcionamento claro e objetivo rumo a metas que superem a superficialidade, os prazeres efêmeros ou necessidades artificiais. O melhor, o que proporciona realização e felicidade, muitas vezes é o simples, o que obscurece essa constatação é a ótica pela qual guiamos a nossa compreensão. Daí a necessidade de estarmos atentos, de abrirmos os “olhos da nossa alma”, para vivenciarmos plenamente o nosso melhor e o que de melhor a vida possa nos oferecer.

Boa Reflexão e viva consciente.