PILARES

PILARES

É muito comum que as pessoas não se sintam amadas, exatamente, como gostariam de ser amadas.

Talvez por isso dificilmente alguém está com a auto-estima no ponto exato.Sabemos que somos admirados por muitos, antipatizados por alguns e ignorados por outros (não necessariamente nessa ordem).Isso vem a sabotar nossa auto-estima, embora muitas e muitas pessoas consigam passar uma idéia diferente: muito segura, realizada, muito ”na dela”, muito ”tô nem aí”.

Mas na verdade é que mesmo quem está na crista da mídia, consegue fugir da essência similar a todos, que anima nossos pensamentos e desejos.

Por mais importâncias ou privilégios que uma pessoa possa ter, quase sempre haverá uma falha em alguma parte de seus relacionamentos. Por que um relacionamento quase sempre exige um grau de dependência, por mínimo que seja, de um dos relacionados; isso é uma característica normal na convivência humana. Como qualquer situação sempre é passível de mudanças, é óbvio então, que não há métodos para garantir a felicidade eterna de um relacionamento.

A sutileza que algumas pessoas possuem de manter uma empatia contínua com quase todos que elas se relacionam, desgasta-se em algumas ocasiões.(aí temos o caso do indivíduo brincalhão, de ”bem” com a vida que passa a ser considerado chato, temos o caso do cidadão sério e correto que passa a ser considerado antipático e idiota).

Existe um reflexo em nossa habilidade emocional que tolhe, em certos momentos, as demonstrações totais do que temos de melhor nos sentimentos para não corrermos o risco de sermos considerados bobos, de sermos logrados. Também não podemos expor sinceramente o nosso lado ruim, sem o risco de sermos considerados apenas um mau caráter em lugar de sermos analisados descomplicadamente em nossos motivos.

Passamos a vida inteira cerceando o próximo com demonstrações de agrado que às vezes não condizem com o que queremos fazer.Aprendemos cedo a trocar a palavra de ordem que desejamos dar pela solicitação polida que por vezes sai espremida.

Freqüentemente perdemos a oportunidade de conhecermos a nós mesmos para num protocolo de educação buscarmos conhecer e entender melhor o próximo. Quem somos? Sabemos exatamente quem somos?

Nossa personalidade obviamente não está estática, embora muitos se neguem a aceitar que estamos sendo progressivamente compostos e decompostos.Talvez, o descuido de fazermos uma freqüente auto-análise se dê pelo receio de assumirmos uma mudança para pior, pois nem sempre a vivência acresce mudanças para melhor em nossa personalidade.

Possivelmente, a diversificação de experiências que teremos através dos anos irá nos enriquecer e complementar a estrutura do nosso ser, mas nunca estaremos totalmente prontos. E, se os códigos simples, de análise do nosso interior, passarem despercebidos, nossas imperfeições invadirão aos poucos os campos vazios de nosso território e não chegaremos a concluir tampouco as bases de nossa construção. Então vasculhe seu terreno e construção e descubra sem vaidades como você ama e quer ser amado. Amor é o pilar principal da edificação do ser humano.

JOYCE RABASSA

joycerabassa@hotmail.com

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