O poder do consumidor consciente.

Em virtude da crise econômica e financeira dos indivíduos, o critério preponderante na escolha de um produto acaba se dando no preço. Busca–se qualidade, quantidade, durabilidade, mas alguns centavos acabam fazendo a diferença na hora da compra, o que é perfeitamente compreensível nos tempos de hoje. Urge, porém, adotar um novo paradigma de aquisição de produtos, isto é, um paradigma voltado para a observação da conduta empresarial como critério de compra. Assim - além do preço, qualidade, viabilidade e demais atributos do produto em questão - a análise da idoneidade da empresa que o concebe deve ser levado em conta pelo consumidor, por exemplo: analisando se a esta há processos por falta de cumprimento de obrigações legais, ou se a empresa responde por crimes ambientais e ainda demais faltas para com a sociedade. Outrossim, é pertinaz a busca de informações sobre a atuação da empresa junto à comunidade, isto é, se ela realiza projetos de responsabilidade social na região em que está instalada.

Tive eu a oportunidade de conhecer um destes trabalhos, foi quando prestei serviços de comunicação externa para uma empresa de laticínios de Nova Petrópolis. Lá tive conhecimento de vários projetos de atuação na comunidade, sendo alguns deles voltados para a alfabetização de presidiários, auxílio técnico e teórico ao pequeno produtor rural, parcerias para o desenvolvimento de postos médicos, etc. Também fiquei sabendo de outras empresas, de vários segmentos, que realizam semelhante projeto. Não ficando estas à espera de soluções que partam somente do governo.

Em detrimento da falta de tempo e também do acesso, não buscamos tais informações, porém, adotar tal procedimento na hora da compra de um produto é de relevantíssima importância e deve, ao indivíduo, se tornar costumas. Para tanto, cabe às instituições educacionais evidenciar sobre o poder do consumidor consciente, enaltecendo o ato de transformar a sociedade simplesmente comprando leite e pão! Uma solução simples, mas que requer conscientização; requer habilidade e discernimento para driblar as influências midiáticas de massificação. O consumidor tem que conceber a idéia de que preterindo produtos de empresas que não primam pela moralidade de sua conduta, ou ainda, pela preservação do meio ambiente, e também, pela respeitabilidade para com os seus próprios funcionários ele estará inserindo uma nova adequação ao mercado por parte da empresa. Uma adequação subordinada ao respeito pela moralização de princípios que devem nortear a sociedade.

Assim sendo, com a adoção de um critério especulativo em relação à empresa que concebe o produto que se está comprando, com certeza se dará uma transformação benéfica para a sociedade. O consumidor tem que se dar conta que é ele que detém o poder da escolha dos produtos que compra, a empresa é que está a seu serviço e não o contrário. Já, à classe empresarial cabe entender que ações que contribuem para o desenvolvimento social não são maneiras de se buscar um lugarzinho no céu, e sim, uma forma de incluir novos consumidores com poder de aquisição de seus produtos. Gerando assim, um aumento considerável, a longo prazo, da movimentação do mercado econômico. Trazendo, portanto, lucro à empresa, juntamente com a auto estima do indivíduo beneficiado, conseguintemente convergindo em uma melhoria em vários aspectos da sociedade.