A Lanterna de Diógenes

Conta-nos a história que um dia um ex-escravo foi capaz de enfrentar e ganhar a admiração do rei da Macedônia “Alexandre o Grande”. Este ex-escravo se denominava riquíssimo, pois diariamente ele tinha a visão do seu sol. Ele era uma figura atípica que, incompreendido pelos contemporâneos de sua época, apontava os defeitos de seu tempo. Para isto, fazia uso de uma lanterna acesa em plena luz do dia dizendo:

- “Procuro um homem honesto!!” – Falo de Diógenes de Abdera (413 – 327 AC.) este que se vivesse nos dias de hoje, sem dúvida alguma estaria com sua lanterna em punho. Mudam-se os costumes, os idiomas, os povos... mas a exigência e a carência de valores coletivos se consolidam pelos tempos.

No livro “Os Miseráveis” diz Victor Hugo:

-“É das feições dos anos que se compõe a fisionomia dos séculos.” Mediante esta citação pergunto: -Que fisionomia queremos e quereremos dar para os séculos vindouros? Temos que ter a consciência de que somos nós os protagonistas do nosso tempo! E por mais simples que seja a nossa ocupação na sociedade, nós temos de fato um poder. Do contrário não receberíamos acenos, sorrisos, tapinha nas costas e apertos de mão de pessoas que querem que outorguemos o poder executivo e legislativo; seja do Município, do Estado ou do País.

É de notória importância elegermos líderes sérios e comprometidos com o belo ofício político. Porém não só adianta delegarmos aos outros os nossos ideais, pois se não explicitamos no cotidiano os valores que em nós estão implícitos, será vã qualquer forma de conscientização.

E você que, apressadamente, passa os olhos por essas letras. Tem moral para criticar os vergonhosos acontecimentos políticos do nosso tempo?? Se a resposta for positiva ótimo! É um bom começo. Pois temos a opção de pelo menos “tentar” mudar a fisionomia dos séculos que estão por vir, ou então estocaremos, para os nossos descendentes, baterias para suas lanternas.