PRIMEIRO VOCÊ REPRIME DEPOIS VOCÊ SE ABRE E AMPLIA SEUS ESPAÇOS.

PRIMEIRO VOCÊ REPRIME DEPOIS VOCÊ SE ABRE E AMPLIA SEUS ESPAÇOS.

Tereza Cristina Nóbrega Mendes Marques

___________________________________________________________RESUMO

Reprimir, oprimir é diferente de abrir, de ampliar, de mudar, de romper. No entanto, a maioria de nós, reprimiu mais do que abriu, oprimiu mais do que deixou livre, muitas vezes, com o aval da sociedade, da família, da escola e da igreja. Reprimir, Reprimo, reprime, reprimindo; ação que começa no passado e se perpetua no futuro. Reprimir sentimentos, desejos, vontades. Reprimindo sempre em prol do bem, do próximo, das normas sociais, em nome do poder, em razão da possibilidade de construir algo que se evidencie e tome vulto, ora a favor ou contra. O contrário é abrir, vislumbrar, descobrir, ousar ver novas possibilidades, apesar do que somos e cremos. Não significa mergulhar de cabeça, sem uma avaliação criteriosa do que é bom ou ruim, do que é legitimo ou não. Mudar e romper com os modelos estabelecidos pode representar transgredir com o perfil que é traçado no modelo social em vigor. É necessário saber que na maioria das vezes o aprendizado é solitário. Romper, abrir, construir, inovar, produzir, duplicar, investir, disponibilizar, desobstruir, reconfigurar.

PALAVRAS-CHAVE: Reprimir, oprimir, ampliar, mudar, disponibilizar.

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Reprimir, oprimir é diferente de abrir, de ampliar, de mudar, de romper. No entanto, a maioria de nós, reprimiu mais do que abriu, oprimiu mais do que deixou livre. Verbos conjugados exageradamente, repetidamente, insanamente. Muitas vezes, com o aval da sociedade, da família, da escola e da igreja. Reprimir foi sempre a palavra de ordem. Deixar livre foi sempre algo desejado, por isso, utopicamente debatido, e igualmente insano quando elaborado e executado no calor de uma briga por poder, gloria, sucesso e fama.

Reprimir, Reprimo, reprime, reprimindo; ação que começa no passado e se perpetua no futuro.

Reprimir sentimentos, desejos, vontades. Reprimindo sempre em prol do bem, do próximo, das normas sociais, em nome do poder, em razão da possibilidade de construir algo que se evidencie e tome vulto, ora a favor ou contra. Tudo é superficialmente entalhado, escamoteado, desvirtuado, para que a instituição continue viva e poderosa, operante e influenciando a quem lhe interessa.

Reprimir é mais fácil que abrir, pois o segundo tem uma carga emocional e operacional muito forte; às vezes significa até abrir mão de algo pleiteado, sonhado, curtido em noites insones, para poder no futuro gozar da realização de algo maior. Isso também é ousadia. Ousar é difícil, traz consigo uma carga igualmente cheia de preconceitos e medos. Esse então é o mais poderoso, pois tem a capacidade de paralisar o indivíduo.

Reprimir é sempre fácil, principalmente quando denota ausência de conhecimento, de coragem de mudar o antigo em favor do novo, do arrojado, daquilo que

Significa romper com o passado e se aventurar no futuro, que é construído dia a dia, no presente.

Oprimir é conseqüência da repressão. A opressão é exercida pela força, quer seja de ordem emocional ou física. Muitas vezes é elaborada e posta em prática, em prol do bem comum, da sociedade, dos costumes, da moral, da religião e de uma espiritualidade exacerbada, não vista como tal, mas exercida de forma contumaz.

O contrário é abrir, vislumbrar, descobrir, ousar ver novas possibilidades, apesar do que somos e cremos. Não significa mergulhar de cabeça, sem uma avaliação criteriosa do que é bom ou ruim, do que é legitimo ou não. Palavras sinônimas, com efeito grande para aqueles que se aventuram. Certamente pode causar dificuldades, sofrimento até uma onda de somatização e fatalmente transferindo para o corpo a responsabilidade de resolver, só que isso não acontece, o indivíduo adoece e, às vezes gravemente. O corpo somatiza ansiedade e o medo, assimila mais do que realmente acontece pela tendência natural ao exagero, é observar para crer.

Romper com esses sentimentos é semelhante ao homem com apenas uma perna, resolve ir além dos seus limites e resolve subir uma escada sozinho e sem muletas, para testar seus limites e se aventurar a mudar. Sua preocupação no momento é subir cada degrau, como meta, cujo resultado final é atingir o topo.

Haverá momentos, em que deverá parar para tomar fôlego, para descansar, para desenvolver estratégias para ampliar a visão na obtenção de resultado promissor. Certamente, ele irá pensar em desistir, mas seu desejo de ser vitorioso, o impulsiona a seguir em frente. Nesse momento, a única coisa que ele não precisa ter, é pena de si mesmo, mas de esperança e confiança.

Às vezes precisamos fazer um esforço sobre-humano para poder ver que, podemos passar e superar os momentos ruins. Sentar no meio da escada e por a cabeça entre as pernas não irá alterar o rumo e a história pessoal. Muitas vezes, além do obstáculo grande que é a escada, ainda

colocamos um enorme espelho de múltiplas faces, cuja percepção de quem olha é distorcida. Essa imagem é reflexa. Vale nesse momento, olhar corajosamente para o espelho e dizer: não preciso ser a cópia imperfeita da imperfeição de ninguém. Há esperança para mim, para você ai do outro lado do espelho. Há esperança para nós.

Na maioria das vezes fazemos de nós mesmos uma aberração e fornecemos munição para que os outros tripudiem de nós. Mudar e romper com os modelos estabelecidos pode representar transgredir com o perfil que é traçado no modelo social em vigor.

Então, como estabelecer pontos de mudanças significativas?

Diria que, gostar de si e gostar da vida, pois ela é a única que se terá; depende do que se crê, é lógico! Vale salientar que, lógica muitas vezes não tem nada a ver com o que sentimos, desejamos e vivenciamos.

A maioria das relações está baseada num toma lá, dá cá; nem sempre justa, nem sempre verdadeira, nem sempre se verifica troca. Às vezes é uma relação em que um suga do outro todas as energias. São batalhas vivenciadas, não há como fugir delas; é preciso enfrentá-las. Muitas vezes utiliza-se a arte de camuflar a vida que tem.

Esconder é a palavra de ordem. Preciso me manter no patamar em que estou; não posso me deixar conhecer, pois assim darei brechas ao inimigo me vencer. É uma existência paranóica. Deixo ver o que quero que os outros vejam. Não dá para ser autêntico; é arriscado; diria mesmo que é perigoso. Será que todas as relações interpessoais são semelhantes a campos de batalha, cuja missão é vencer o mais forte, é subjugar e humilhar o oponente mais fraco?

Melhor é ser prudentemente contido. Por outro lado, autenticidade é diferente de falta de educação e grosseria e não é sinônimo de imprudência. É necessário muitas vezes, usar de sutileza para poder sobreviver no meio de lobos devoradores. Aliás, prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém; para isso ela deve ser cozida lentamente e de forma natural, não esquecendo de usar aquele arroz quebradinho, que engrossa e realça o sabor.

Prefiro pensar que, viver e conviver são atos de ousadia, de superação de obstáculos, sujeitos as possíveis modificações, onde cada passo é um passo. Não preciso estar em guerra comigo mesmo, nem com ninguém.

É necessário saber que na maioria das vezes o aprendizado é solitário, diversas maneiras e às vezes, com resistência; assim fazendo, sofre-se mais do que é necessário. Aprender é algo que vai sendo armazenado, não pode tirado de mim ou de você. Ninguém passa por ele e sai impunemente, sem nada dar e sem nada receber. Em troca, se acumula experiência, conhecimento e, possibilidade de crescimento em todas as direções. Muitas vezes, trazem consigo muita tempestade, ou períodos de sequidão, mas eles ampliam de igual modo, nossa percepção da vida, do seu valor, e de quanto tudo o que foi experienciado vale realmente. Não é a vida maior do que podemos comprar, vender ou dar?

Romper, abrir, construir, inovar, produzir, duplicar, investir, disponibilizar, desobstruir, reconfigurar. São palavras com possibilidades de futuro; pode dar certo, pode dar errado, mas é uma tremenda aventura que vale a pena ser

vivida de forma plena e, colher os resultados, com sutileza, inteligência, coerência e, muita ousadia.

Se no meio do caminho der aquela impaciência, vale a pena lembrar de abrir as portas da alma e deixar a brisa da esperança entrar e refrescar a nossa alma.