SOMOS LINDOS, MARAVILHOSOS, SOMOS A SÉTIMA MARAVILHA DO MUNDO.

Um fato que passou despercebido para a grande maioria dos brasileiros foram as escolhas das Cataratas do Iguaçu e da Amazônia para comporem o seleto time das sete maravilhas naturais do mundo.

Na cidade de Foz do Iguaçu, de longe a mais bem estruturada da região para receber turistas, a comemoração foi pífia. Os argentinos comemoraram com mais vigor. No Paraguai, terceiro país a tirar uma lasquinha das Cataratas, a comemoração também não foi considerável. Ocorre que em Foz, o turismo já é consolidado. São dois milhões de turistas que visitam a cidade e as cataratas todos os anos. Mas, cabe mais.

Enquanto as cataratas se concentram numa região relativamente pequena, a Amazônia tem dimensões continentais tem tantas belezas, muitas delas desconhecidas, que poderia englobar todas as sete maravilhas do planeta. A Amazônia faz parte de oito países e o que mais comemorou a escolha foi o Peru. Em Manaus, capital da Amazônia Brasileira pouco se falou do assunto.

Se por um lado Foz do Iguaçu está estruturada para mostrar aos turistas suas belezas e o porquê da escolha das Cataratas, o mesmo não acontece com a Amazônia. Riquíssima em belezas naturais, em lugares inebriantes, em mistérios insondáveis, fauna e flora fartíssimas, esperança de cura da humanidade, reservatório de água do planeta e muitos outros adjetivos, é mais conhecida como o inferno verde. Seus locais de atração estão longe de serem produtos turísticos com estrutura para receber visitantes. A natureza não é cruel, não é inóspita. Ela é apenas natureza com tudo que a palavra representa. O turista pode apreciá-la, estudá-la, aprender e conviver com ela, mas jamais domá-la ou destruí-la em nome de um conforto duvidoso.

Interessante observar que a América do Sul, com todas as acusações internacionais de, onde as leis preservacionistas são burláveis pela corrupção, consegue contribuir com duas das maravilhas naturais, conservadas e sem um vislumbre de desaparecimento. O mundo votou porque vê na natureza preservada do Brasil e países vizinhos, motivos de comemoração e de êxtase.

A Amazônia pode ser tudo. A maioria das coisas que se fala sobre ela não estão comprovadas porque é desconhecida. Seus rios têm mais variedade de peixe que todos os oceanos. As matas escondem plantas que podem abrigar, dar a vida ou matar. As frutas que apodrecem na selva são suficientes para matar a fome do mundo. Como aproveitá-las nessa imensidão quando somente em Manaus se jogam quinze toneladas de peixes todos os dias no lixo?

Contudo, a escolha mostra que o mundo está de olho na Amazônia. Fazer com que continue por muitos séculos uma das primeiras maravilhas do mundo tornou-se uma missão de todos.

Luiz Lauschner
Enviado por Luiz Lauschner em 16/08/2012
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