DILMA E DOM PEDO I - A HISTÓRIA SE REPETE

Dizem historiadores que Dom João VI teria alertado seu filho Dom Pedro I que se o povo ameaçasse uma rebelião, ele colocasse a coroa sobre sua cabeça e corresse para o lado do povo. Assim o Brasil deixaria de ser de Portugal, mas não deixaria de ser da família. Funcionou: A Monarquia no Brasil ficou durante 67 anos e dois meses.

Agora, quase 200 anos da independência, o Brasil volta a reclamar nas ruas. A primeira mulher a ocupar o cargo máximo do Brasil se vê encurralada. Reúne-se com seus marqueteiros, liga pro Lula e resolve prender a coroa em sua cabeça antes que alguém o faça. Corre em direção ao povo para escutar a “voz das ruas” e faz (lê mal) um discurso em que repete todas as reclamações do povo e traça cinco itens para atender o que pedem e cria mais alguma coisa do tipo “constituinte”. Na verdade, o povo queria que ela fizesse uma única coisa: retirasse o apoio do Planalto aos corruptos condenados, aos que estão em vias de ser e aos que usam o poder, a influência e seu passado para nunca serem.

Contudo, ela sabe que o paliativo não é seguro. Sabe que o povo vai exigir as cabeças dos “companheiros” Dirceus, Genuínos, Joãos, Delúbios etc. Novamente cria um porto seguro para esses. Dos cinco itens propostos, quatro vão demorar muito a serem implantados. Um deles, a contratação de médicos estrangeiros (leia-se Cuba) deve ser de imediato. Pelo sim, pelo não, os companheiros cubanos vão querer retribuir o favor e receber de braços abertos nossos companheiros que aqui estão muito desconfortáveis. Assim, uma cela de alguns metros quadrados seria trocada por lindas praias com belos coqueirais, charutos especiais e lindas garçonetes com nível superior. A ilha caribenha já é um paraíso para qualquer mortal, para alguém com dinheiro então será o sétimo céu. Seria uma transferência da corte petista para aquele país.

A malandragem marqueteira escolheu a convocação de uma Constituinte para criar um fato novo. Os constituintes seriam eleitos fora dos ocupantes da Câmara Alta numa decisão que jamais vai encontrar apoio no legislativo e no judiciário. Estaria arranjado o caos institucional. Ninguém pode jamais desprezar o poder de convencimento dos marqueteiros do poder, ainda mais quando contam com verbas inesgotáveis. Poderiam transformar a presidente na única pessoa que quer resolver as coisas e, através de uma propaganda bem dirigida, colocar o Congresso e o Judiciário como vilões. O povo nas ruas correria a apoiar a executiva dando-lhe poderes amplos para fazer qualquer coisa enquanto a nova constituição estivesse no forno. Ainda bem que a sociedade – OAB e Poder Judiciário na frente - atenta logo abortou isso.

O povo não pode deixar as ruas. Os partidos não precisam mudar de nome, mas precisam ter algo mais que preços para serem alugados. O Brasil não precisa de mais impostos para atender as reivindicações das massas. Precisa honestidade na gerência das verbas. O povo precisa continuar a se manifestar e a rejeitar sistematicamente qualquer pessoa que queira posar de “Salvador”. Os nomes dos detentores do poder só podem ser trocados pelo voto. Porém a fiscalização pode ser feita por todos os manifestos possíveis em qualquer tempo. O governo já mostrou fraqueza ante o clamor das ruas, então que não se permita que se fortaleça vendendo a ideia que o clamor surgiu do centro deste poder.

O Brasil acordou. O mundo de hoje não permite mais uma sonolência que na primeira monarquia durou 67 anos.