Adolescentes

Tenho histórias para contar

Histórias vivenciadas no meu dia a dia com adolescentes e pais, na minha trajetória profissional.

Acho desafiador trabalhar com jovens.

Passam por mudanças, sofrem os amigos, a família, a sociedade.

Quase sempre são desrespeitados.

Sim, por que não são adultos, mas também não são crianças.

Em alguns momentos são cobrados a comportarem-se como adultos e imediatamente após são tratados como crianças.

Fazemos da vida do adolescente um inferno.

Ora pode, ora não pode

É, não é.

Deve e não deve.

Vivenciei situações constrangedoras.

Em algumas delas tive que me posicionar, com os pais principalmente, de maneira mais severa.

A questão de limites é sempre o principal problema.

Encontramos pais que tudo permitem.

Não conseguem contrariar ou frustrar os filhos, por medo, insegurança e até sentimento de culpa.

Outros adotam a postura do culto ao tradicional.

A educação antiga é a perfeita.

Afinal, somos o resultado dela.

Tentam reproduzir a educação recebida, num contexto de trinta anos depois.

A questão é bem mais simples do meu ponto de vista.

Primeiramente os papéis não podem ser misturados.

Pais são pais, filhos são filhos.

Essa de querer ser amiguinho, não dá certo.

Temos que desempenhar nosso papel.

Devemos exercer a autoridade, mas não podemos ser autoritários.

O respeito acontece quando somos justos no exercício da autoridade.

As regras devem ser claras, possíveis de serem cumpridas e negociadas. Por que não?

Os jovens estão inseridos num grupo social e devem dar respostas a ele.

Não podemos desconsiderar.

Somos o exemplo e a referência sempre.

Como cobrar dos jovens que não mintam se fazemos exatamente isso quando nos interessa, inclusive solicitando a cumplicidade deles, em alguns momentos?

Entendo como um fator de extrema importância a espontaneidade dos pais.

Não posso, não devo e não consigo fingir que gosto, permito e aprovo, se isto está em desacordo com meu jeito de ser ou pensar.

Então devo colocar-me sempre, do jeito que sou.

Importante ter empatia para aceitá-lo do jeito que é também.

Com isso permito a reciprocidade.

Pais erram, acertam, choram.

Por que não?

Se assim o faço instigo os jovens a fazê-lo também.

Não acho que é fácil ser pai e mãe nos tempos modernos.

Mas complicamos muito mais do que deveríamos.

Kátia