Sobre Ong’s e Multinacionais

Dois importantes Atores que atuam no cenário internacional do pós guerra fria, com razoável desenvoltura, as empresas capitalistas e as organizações não governamentais, apresentam, se devidamente observadas, situações interessantes: Inquestionável os apelos de muitas pessoas que declaram-se "contra" as empresas capitalistas, principalmente as empresas dos Estados Unidos, por serem representantes de uma dominação mundial desse Estado; ao mesmo tempo que "aceitam" sem críticas a intervenção de ONG – Organizações Não Governamentais, de todos os tipos, como sendo as legítimas representantes do bem estar da população mundial e das minorias oprimidas.

Poderíamos imaginar essas duas instituições trabalhando juntas em prol de um único objetivo?

Bem, deixando de lado a ingenuidade e pensando de maneira capitalista, Sim!

Mas como isso seria possível se em geral representam interesses tão antagônicos? Ora, meu caro leitor. Você alguma vez viu uma ONG como o “Green Pace”, por exemplo, parando as atividades de uma fábrica poluidora nos Estados Unidos? Acho que não! Porque os americanos não tem fabricas poluidoras? Claro que não! Eles tem sim! Aliás, no que se trata de exploração de carvão mineral, por exemplo, a atividade ainda é bem prejudicial ao ser humano. Tanto aquele que exerce trabalho direto nessa atividade, quanto àqueles que residem nas proximidades das minas. Mas, o Green Pace não vai lá.

E os produtos transgênicos? Você já viu algum ativista Francês ou alguém da “Via Campezina” invadindo fazendas americanas ou Européias que produzem esses itens? Não deve ter visto! E olha que eles são os inventores dessas alterações genéticas.

No Brasil, você deve ter visto isso acontecer. Porque será?

Já faz algum tempo que agressão a outro país deixou de ser aceita naturalmente pela sociedade internacional como uma alternativa viável à diplomacia. As guerras e agressões normalmente se originam por questões econômicas. Não se iluda com guerras santas, ocupação de território, etc. A questão é dinheiro. E um país agredia o outro quando se sentia prejudicado economicamente. Olha o que os Estados Unidos fizeram com o Iraque. Dá para acreditar que eles não estavam interessados no petróleo?

Mas para que agredir e se ver as voltas com a comunidade internacional. Ainda quando existe um pré-conceito em relação a um povo como é o que acontece indevidamente em relação ao Islã por pura propaganda mal intencionada do Ocidente, ainda dá para tapear. Mas e quando se trata de um país amigo? Nesses casos, usa-se de espionagem. Lembra do James Bond? Porém, a atividade de espionagem perdeu o glamour após a queda da União Soviética. Além do que se tornou extremamente cara e arriscada. E se o espião é preso, sempre fica aquela questão a resolver.

Toda essa questão de conflito se resolve, se o país ou as empresas interessadas em obstruir o desenvolvimento alheio, puder lançar mão de indivíduos ou organizações que sejam reconhecidamente favoráveis ao bem estar da população mundial. Mesmo que isso implique em permanência tecnológica atrasada. Não faz sentido? Alguém disposto a impedir a poluição do ar ou o aquecimento global, se prostra contra usinas térmicas do Brasil ou da China. A Europa, um dos maiores consumidores de energia do mundo, tem milhares delas! E daí?

Alguém disposto a impedir o desenvolvimento de experiências genéticas em produção agrícola no Brasil, invade um laboratório experimental e destrói tudo. E não é nem indiciado. Porque se assim o for, o povo protetor do meio ambiente, se revolta contra o governo. Afinal, além do país agredido estar “secretamente” trabalhando para “antecipar” o fim do mundo, ainda “prendeu” o herói que queria salvar os oprimidos.

Ah, que maravilha esse mundo moderno. Não é? Ou será que estou exagerando?

Mauricio Gonçalves de Moura
Enviado por Mauricio Gonçalves de Moura em 16/05/2007
Código do texto: T489349
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