UM CASO DE AMOR COM OS CORREIOS

Sempre fica uma interrogação. Tudo o que é bom dura pouco ou, tudo que é bom acaba? Às vezes sim. Mas de uma coisa eu tenho certeza: toda a verdade perpetuará. No próximo dia 20 de outubro concluo um namoro datado de 10/06/1975, eu com 20 anos e ela uma criança nascida a 20 de março de 1969, nos dias atuais eu seria enquadrado no Estatuto da Criança e do Adolescente, visto como um pedófilo e sedutor de menores. Proseei, para enfim, confidenciar a cumplicidade entre mim e ela, ela e eu, meu caso de amor com a ECT passa de trinta e me esqueci o restante dos anos com ela vividos de corpo e alma. Aqui semeei e colhi amizade, saio carregando um balaio de saudades de tudo e de todos, recordações que o tempo jamais apagará. Diante da emoção, sinto-me pequeno para versar a alegria do labor nas agências, atendendo uma clientela com necessidades e expectativas diversas, também como, servo da faina administrativa, fiel escudeiro ao preceito hierárquico, legado este que levo para entregar aos meus como minha herança. A vocês que ficam, deixo um caloroso abraço e a certeza da alegria do reencontro nas esquinas da vida, eu vestido num confortável pijama curtindo a vida sem sofismas e sem fantasia, como projetei no decorrer da vida profissional. Beijão no coração.