VIOLÊNCIA SIMBÓLICA - II parte

VIOLÊNCIA SIMBÓLICA CONTRA AS MULHERES - Artigo: parte II

Nesta segunda parte do artigo, pretendo chegar mais perto de alguns tipos de violência simbólica, e não somente genericamente enumera-los. Quanto se divulga estes conceitos - que para muitos são novos - com outros olhos é que começamos a enfrenta-los. Para ser mais precisa, o conjunto de ações ou, não ações, que denominamos violência simbólica contra mulheres, são atitudes, formas culturais de agir e pensar, já conhecidos da sociedade.

O conceito Violência Simbólica é que pode ser novidade. E enquanto novidade, neste sentido que aqui a denominamos, de verificar que uma atitude não é assim tão normal, e não só pode como deve ser classificada como abusos, constrangimentos, e opressão, à mulheres novas, ou já maduras. Todas as mulheres já sofreram em um grau maior ou menor, e continuam sofrendo este tipo de violência física e moral, simbólica.

Pois este conhecimento, estes estudos, funcionam como um start para um novo pensar da sociedade, dos homens e mulheres, da sociedade civil organizada, e das autoridades constituídas pelo Povo, à respeito de si mesmos, e dos disparates vividos, pela maioria de nós aceitos. Principalmente nós, mulheres, começamos a mirar, divisar novas paisagens, menos traiçoeiras, menos fantasmagóricas, a cerca da nossa existência sob pressão, ainda, no século XXI, e nas grandes cidades, seja nas comunidades mais carentes, nas universidades, meios acadêmicos, e em bairros os mais desenvolvidos em termos de qualidade de vida.

Quando estive há dois anos atrás num encontro no Teatro da UFF, em Niterói, cujo tema era Violência Simbólica contra Mulheres, tive a chance e ouvir não somente uma deputada federal, uma delegada da delegacia de mulheres, uma pesquisadora de Universidade, como também assistentes sociais, voluntárias de ONGs que trabalham contra estas violências: física e simbólica, e também ouvir o depoimento de mulheres muito corajosas que lá estiveram na platéia e no tablado, comentando uma vivência traumática, e também fazendo perguntas várias aos componentes da mesa. Fiquei estarrecida: a presença de mulheres era 99% dos espectadores presentes, em um teatro com metade dos seus lugares vazios. Importante lembrar que era sexta-feira à noite, ou seja, a maioria já fora do trabalho, e também sem ter que correr para casa, pois que no sábado uma grande parte de trabalhadores e de estudantes não têm que acordar cedo.

E este não seria mais um indício de que: quando mulheres falam, e falam alto, a sociedade tenta aparentar não ouvi-las?

(continua, ainda, a II parte deste artigo, até o fim de semana)

www.arte-bis.zip.net