Mulheres Songa-mongas e Mulheres de Fibra

(Artigo publicado no site do autor: www.nardeliofernandesluz.com)

Concordo plenamente com a escritora Lya Luft, no que diz respeito a um dos seus lindos textos – que recebi de uma amiga via e-mail, com o título: “PQP”. Nesse há frases como: "Não existe isso de homem escrever com vigor e mulher escrever com fragilidade”, “Essas mulheres frageizinhas, que fazem esse gênero, querem mesmo é explorar seus maridos” e “Eu quero escrever com o vigor de uma mulher. Não me interessa escrever como homem."

Sem dúvida a escritora se refere à literatura, contudo, a pertinência de suas frases vale para tudo o mais na vida da mulher, sobretudo à preferência dos homens.

Em outras palavras, mulher “songa-monga” – que fica esperando tudo de mão beijada e não toma nenhuma iniciativa – há muito está fora de moda. Assim como também estão as que acham que nós homens somos superiores, que têm que ser submissas – dizem que há uma passagem da bíblia que afirma isso, mas lembro a todos que esse livro foi escrito há mais de dois mil anos e numa região cujos costumes se diferem dos nossos. Também está em desuso a mulher crer que as responsabilidades maiores são nossas e os direitos delas, ou vice-versa; ou mesmo aquelas que teimam em tentar imitar-nos.

O perfil da mulher do texto é o que eu – e a maioria dos homens de personalidade – amaria. Que dá o melhor de si no que faz, fazendo do seu jeito, sem se importar se está melhor ou pior que o do homem. Que respeita, mas acima de tudo exige ser respeitada. Que não se sujeita a abusos de qualquer espécie, que goze, e nada faça sem que esteja com vontade. Que não aceita o açoite, seja físico ou psicológico.

Foi uma assim que amei muito um dia, e – embora eu já tenha conhecido outra com tais características –, é minha amiga e, portanto, nunca me relacionei com ela e não há a menor possibilidade de isso acontecer. Conquanto eu tenha tentado com mulheres submissas e sujeitáveis – que afirmam amar, sem ao menos ponderar sobre o verdadeiro sentido da palavra –, meu sentimento – se realmente existiu – não passou de um interesse superficial, que desfaleceu na primeira decepção real. Aquele amor que senti um dia – que me embalou anos a fio –, por uma mulher de fibra, com iniciativa e personalidade forte, jamais foi plenamente substituído no meu coração.

Claro, já fui tachado de radical, e muito provavelmente o seja, mas prefiro acreditar que sou exigente – como todos aqueles que se prezam deveriam ser –, e espero isso de todas as mulheres que, por ventura vierem a se relacionar comigo. Afinal, é a prova cabal de que se amam. E, é óbvio que para uma pessoa amar outra de verdade, antes precisa se amar. Quem diz: “amo fulano(a) mais que a mim mesmo”, é fraco, mentiroso, sem personalidade e usa a falsa modéstia como escudo.

Sou cônscio de que, sendo como sou, talvez jamais caia novamente nas graças de uma mulher, e talvez jamais ame novamente. Ao menos não como um dia amei. Mas, se acontecer, acreditarei ter descoberto a trilha que leva à felicidade. Ao menos a felicidade a dois, pois a coletiva e pessoal eu já sinto, por ter muitas pessoas boas ao meu redor e por estar respirando e pensando.

Nardélio Luz
Enviado por Nardélio Luz em 20/09/2005
Reeditado em 29/11/2007
Código do texto: T52084
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