GÊNERO, DE SEXO, NÃO É ESCOLHA. É CONDIÇÃO HUMANA.

A propósito de duas conhecidíssimas mulheres declararem que há um ano decidiram "viver juntas", um caro amigo, que me passa essa notícia, revela seu espanto. Não pelo fato em si mesmo mas porque uma delas aos 60 anos e depois de quatro casamentos; de ser desejo (e realização) de milhões de homens "desandou o bolo" ou saiu do armário, como se diz.

Pensei: quem pode entender os homens e as mulheres? Há quem goste muito delas e somente delas entre homens e mulheres; e há homens que não gostam delas, mas gostam-se entre si. E há também aqueles que gostam deles e delas, assim como elas gostam deles e delas. Parece complicado. E é. Isso porque "la donna é mobile qual piuma al vento", cantou o Duque do Rigoletto com duvidoso desprezo pelas mulheres, na voz de Pavarotti, entre muitos outros antes dele.

Digo isso parecendo não ser politicamente correto, o que é certo, já que não sou mesmo. Detesto ser competitivo (como é da moda) e acho que o maior desafio é competir sem ser competitivo, já que não vejo porque alguém deve competir. Mas não desprezo alguém sem motivo; o que nos dias atuais não falta.

O mundo humano sempre foi assim, complexo e em permanente evolução ou seja lá o nome que se dê pra isso. Penso que atualmente - a atual geração que veio em seguida a nossa e com ela se confunde, tem inventado bobagens como : "diferentes somo todos iguais". Não somos. Decididamente pra nossa felicidade e desgraça; e para nossa própria existência. "Não somos todos iguais". Não há igualdade em todo o universo, já se sabe.

Depois desse papo furado, vamos ao que interessa. As vezes que elas fizeram sexo heterossexual, sobretudo a "coroa" perderam-se a conta no tempo. Pode-se supor até, que por isso tenham "enjoado" do "impávido colosso" de tantas possibilidades ao qual as mulheres oferecem; três possibilidade de penetração, além de outras tantas práticas possíveis de manipulação de acordo com a competência e criatividade dos envolvidos.

Porém apenas um "tipo" de prática sexual é tradicional, ética e moralmente aceita pelas religiões - sobre tudo judaísmo e pelo cristianismo que foi, em grande parte copiado do primeiro - com exceção do hinduísmo - cujo propósito único do sexo é a permanente reprodução da espécie humana. Sobre essa perspectiva, homens e mulheres - e somente eles - devem (ou podem!) fazer sexo. Se prazeroso ou não, não vem ao caso.

Alfred Kinsey, morto aos 62 anos em 1956, entomologista e zoólogo norte-americano formado em Harvard pesquisou sobre a sexualidade humana depois de concluir que as vespas tinham práticas variadas de acasalamento. A partir desse ponto passou a estudar o as práticas sexuais humanas; isso por vota de l930. O doutor Kinsey concluiu que a característica de diversidade sexual era comum entre os animais, incluindo nós os racionais.

Em 1948 o doutor Kinsey publicou um relatório sobre a sexualidade masculina e em 1953 sobre a sexualidade feminina. O chamado Relatório Kinsey escandalizou a sociedade norte-americana e polemizou mundo a fora.

A família americana descobriu que,segundo o doutor Kinsey, 92% dos seus homens e 62% das suas mulheres se masturbava. E mais: 37% dos homens e 13% das mulheres haviam tido relações homossexuais e tinham tido orgasmo.

O doutor Kinsey fez uma lista mostrando que não eram apenas duas as características sexuais dos seres humanos. Ninguém é, afirmava Kinsey, exclusivamente heterossexual ou homossexual; essas categorias apresentam diferentes graus: (vou abreviar heterossexual para "hétero" e homossexual para "homo" afim de reduzir o texto já que muitos leitores reclamam de "eles são bons, porém muito compridos") Os graus: hétero exclusivo;hétero ocasionalmente homo;hétero mais do que ocasionalmente homo;igualmente hétero e homo (o bi sexual);homo mais do que ocasionalmente hétero;homo ocasionalmente hétero; homo exclusivo e os indiferentes sexualmente, os assexuados.

Na opinião do doutor Kinsey somos tudo isso junto e incluído e assim podemos ser o que quiser-mos não por escolha ou preferência mas, sim, porque essa é uma condição humano . Essas práticas sexuais não são, entretanto, necessariamente, obrigatórias por serem comum a toda a espécie humana, mas são naturais. Da natureza humana.

O Relatório Kinsey é volumoso e chato; além disso com dados de mais de meio século deve-se ter cautela já que as práticas humanas modificam-se e alteram o comportamento da sociedade. Porém quem mais se interessar pelo assunto pode acessar o "Kinsey Institute website". Pessoalmente penso que homossexualismo não é uma opção sexual.

Não é porque seja um especialista nessa questão e compartilhe as afirmações de um cientista, mas porquê não creio que alguém "opte" por ser homossexual - homem ou mulher. A ideia de opção me parece uma escolha de quem não tem o que fazer, está à toa na vida, ou está sob ameaça.

O sexo, a prática sexual entre seres humanos é mais complexa do que se sabe até hoje. Envolve outros aspectos afetivos, irracionais - como o amor-; racionais e de interesse explicito - como a prostituição -; ardilosos e apaixonados - como ter amantes -; religiosos - como as práticas hinduístas,cristãs,islâmicas -; étnicas - como entre os ciganos, os judeus e em tantos outros grupos sociais.

Além disso ainda existem as permissões e as proibições religiosas e jurídicas de cada época de nossa sociedade humana ao longo da história. Na que vivemos, nesse começo de século XXI, algumas praticas sexuais, para quem nasceu na metade do século passado,às vezes, pode surpreender.

A "mídia", o conjunto dos meios de comunicação, do tambor e sinal de fumaça até as chamadas "redes sociais",fazem hoje em dia qualquer coisa (animal,mineral ou vegetal) tornar-se "importante". O mundo todo pode ver a fotografia do bisavô do Zé das Couves,morto há um século, mesmo que isso seja do interesse de meia dúzia de parentes e conhecidos, certamente também falecidos. E milhões "compartilham" a insignificante fotografia. É um viral!

Assim se duas mulheres que no passado, durante anos, tiveram baciadas de homens, hoje resolverem a abstinência total e dedicarem-se a práticas sexuais heterossexuais na categoria heterossexual ocasionalmente homossexual, ou heterossexual mais do que ocasionalmente homossexual, e nesse caso ainda há uma terceira possibilidade de entrar para a categoria, a também chamada bissexual, não deveria ser novidade.

Trato desse assunto nesse artigo, mais uma vez sob a inspiração de um velho amigo que volta e meia me manda e-mails, com assuntos interessantes e que, em geral, nos remete ao que costumamos chamar de "bons tempos aqueles"!

Desta vez é sobre uma conhecidíssima mulher tida e havida por décadas como uma esfuziante e desejada por homens heterossexuais em suas carnavalescas aparições e em outras ocasiões menos espalhafatosas. Quero dizer pelada,nua, no que chamam de ensaio fotográfico.

Subitamente (quem pode saber?) a musa de perfeito corpo aparece num "ensaio fotográfico" com outra mulher, igualmente apetitosa, pode-se ver, dizendo ser namorada dela e que estão juntas há quase um ano; que usou um vibrador pela primeira vez, que já ficou quatro anos sem sexo e que, se depender da namorada, que é a que faz o papel masculino, transa 24 horas por dia.

Imagino que não sendo propriamente homem na relação, transar 24 horas por dia não me parece nenhuma vantagem já que não tendo pênis não há muito esforço para essa suposta proeza. Talvez seja essa a razão do uso do vibrador, coisa que certamente pode-se fazer pelo tempo que se desejar e, sobretudo, a sós.

O fato em sí não revela nada além do que homens e mulher de alguma maneira tenham praticado sexo ao longo dos milhares de séculos uns com os outros. Exceção talvez ao vibrador, mas também não se pode duvidar que não tenha havido algum tipo de coisa similar que, certamente, causasse o mesmo efeito.

Meu amigo não ficou "pasmo" com a notícia mas sim com o fato de que depois de tantos anos de sexo com pênis o que teria acontecido; será que o bolo desandou?

Quem sabe? O certo é que, quem quer, sabe de tudo. Nunca desde que a humanidade inventou a comunicação pela escrita, tanto se escreveu e tanto se leu. Tanto se faz e tanto se mostra. Principalmente o que esta escondido. Sobretudo o que não tem a menor importância, mas apenas num mundo virtual e on-line.

Nessa questão da sexualidade humana a condição de cada indivíduo torna-se mais ou menos relevante em cada época da sociedade; e o que é inerente não pode ser criticado. Porém, não aceito agredir ou mesmo horrorizar pessoas com o comportamento público e ostensivo, supondo com isso afirmar sua condição sexual. Não posso me comportar em qualquer lugar de qualquer maneira sempre. Nunca.

Não creio que juízo de valor, sobretudo moral, que não é o caso que faz meu amigo, ganhou relevância pelo sensacionalismo que é dado aos fatos. Hoje os ditos "famosos", mesmo sendo um artista (que se entenda como tal) de 5ª categoria, tem um "assessor de comunicação" e um "personal" de alguma coisa.

Quem sabe o que é verdadeiro? Até onde se pode ver a história, sabemos que homens e mulheres sempre criaram "fatos" em busca de poder e glória enfrentando qualquer risco; de vida ou morte, mas riscos que sempre deram um bom dinheiro. Basta folhear as páginas da história.

CESAR CABRAL
Enviado por CESAR CABRAL em 12/09/2015
Reeditado em 16/09/2015
Código do texto: T5379966
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