Pelo "sim, pelo "não" (sobre o referendo das armas)

Agora já fica mais claro que a vantagem do "não" sobre o "sim" no plebiscito de amanhã sobre a proibição da venda de armas, vai um pouco além da ilusão de uma saída simplista para o problema da criminalidade.

O "não" será, sim, um sonoro protesto, ainda que inconsciente, contra uma política social injusta e a favor de medidas de segurança pública mais eficazes que as atuais. Trata-se mais do que pressionar o poder público com a ameaça da utilização de armas por todo mundo - e não apenas pelos bandidos. Trata-se do uso da palavra "não" por sua carga de confronto para dizer o quanto essa parcela dos brasileiros está insatisfeita com os rumos da administração do país.

Muita gente que vai votar "não" sabe que a violência pode gerar mais violência, mas teme que o sim acabe por sancionar a política atual.

Particularmente continuarei com minha opção pelo "sim", por que não admitir nada que possa estimular o uso de armar, mas como observador e pretenso analista da cena brasileira, não posso deixar de verificar que por trás desse não há mais que o equívoco de uma massa de manipulados

Nelson Oliveira
Enviado por Nelson Oliveira em 22/10/2005
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