Pablo Neruda tradução Gilmar da Silva Paiva

Poema IV

È a manhã cheia de tempestade

no coração do verão.

Como lenços de adeus viajaram as nuvens,

o vento as sacode com suas viajantes mãos.

Inumerável coração de vento.

Latindo sobre nosso silêncio enamorado.

Zumbido entre as arvores, orquestral e divino,

Como uma língua cheia de guerras e de cantos.

Vento que leva um rápido arroubo as folhas.

E desvia as flechas latentes dos pássaros.

È substância sem peso, e fogos inclinando.

Rompe-se e se submerge seu volume de beijos.

Combatido na porta do vento de verão

Gilmar da Silva Paiva
Enviado por Gilmar da Silva Paiva em 19/01/2018
Código do texto: T6230564
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