Os riscos da palavra

Tentando convencer a mulher da limpeza a votar "sim" no plebiscito contra as armas, fiz toda uma pregação. Ela não se convenceu, mas me fez uma revelação surpreendente sobre o estado de ânimo beligerante que grassa na periferia deste nosso Brasil-sil-sil. Evangélica,pôs-se a lamentar a hostilidade com que andam tratando os pregadores de rua e praças públicas: "que Cristo é esse que não faz nada pela gente?", têm indagado os transeuntes diante da palavra dos pastores. É o testemunho dessa mulher trabalhadeira e honesta, que, em prol da minha integridade física, aconselhou-me a não sair pela periferia pregando idéias revolucionárias .