EDUCAÇÃO TRADICIONAL, O QUE FICOU?

De acordo com Saviani, 1980, no que se diz respeito a marginalidade, ou seja o posicionamento do governo ou Estado arbitrário às demandas educacionais para uma população de classe baixa, os ditos ''menos favorecidos'', as teorias educacionais podem ser didividas em duas.

- As teorias crítico-reprodutivistas, que entendem a educação e à remete aos determinantes sociais - a estrutura soció-economica- as formas de manifestação da educação, as teorias crítico-reprodutivistas entendem esse processo mas não possuem projetos para mudar tal cenário.

- As teórias não críticas, que como a denominação já nos informa, não reproduzem questionamentos, não percebem a educação como autônoma e não possuem o olhar sensível e preocupado para o indivíduo como construtor de aprendizagem. Dentro deste grupo está a educação tradicional.

Na educação tradicional os sistemas nacionais de ensino são inspirados no princíprio de que a educação é ''direito de todos e dever do Estado'', assim é perceptível que a mesma tem suas origens as bases burguesas, afinal foi erigida pelo Antigo Regime e busca transformar os súditos em cidadãos. A educação tradicional também chamada de Escola tradicional se organiza como uma agência focada no professor, o qual é resposável por transmitir conhecimento aos alunos, os quais, devem assimila-los. Esta apesar de ter sido recebida com entusiasmo, falhou em decorrência da exclusão que projetava, visto que nem todos nela entravam, falhou também pelo fato de que nem todos eram bem sucedidos e porque, os que alcançavam algum êxito, não se ajustavam ao tipo de sociedade que a mesma planejava consolidar. Nem por isso suas influências sobre a sociedade deixaram de se perpetuar, afinal de contas o não-sucesso de uma instituição não significa o fim de seus influxos sobre esta.

Ainda hoje percebemos uma educação de qualidade voltada apenas para uma parcela mínima da sociedade. O cenário da Escola brasileira, mostra-se tradicional pelo fato de que a escola surge para resolver ou equacionar o problema da marginalidade e mostra-se incapaz de realizar tal prática, visto que não percebe a educação como capaz de se recriar e existir de diversas maneira, assim os sujeitos tem suas capacidades cognitivas e existênciais fadadas ao projeto escolar, que na educação tradiconal é o redentor, e é limitado porque nesta esfera os mesmos não constroem conhecimento a partir de uma exposição feita pelo professor e sim, apenas assimilam conhecimento do único detentor de saber, que é o professor. As subjetividades, a cultura, o cotidiano entre outras particularidades dos indivíduos são excluídas do contexto educacional e ''o que sobra'' são apenas cérebros receptores, que muitas vezes não recebem.

Em minha opinião, mudar a educação de forma a não causar danos às crianças e adolescentes é um grande desafio, pois os tira de um certa '' zona de conforto'' e os leva a trilhar caminhos desconhecidos em suas vidas acadêmicas. Assim as mudanças devem ser esbouçadas e praticadas de forma paulatinosa e sempre a observar as particularidades do estudante, tendo em vista se será possivel atender suas necessidades e se sim, como tal tarefa será cumprida.

Obviamente seria injusto não lembrar-nos dos bons feitos da educação tradicional. Percebo que a mesma através de certo rigor encaminhava às instituições acadêmicas e a imagem do professor para uma área de valor no imaginário da sociedade, é importante no meu ver, que percebamos estes como importantes para a formação dos indivíduos. A educação tradicional também traz de volta o papel do professor enquanto orientador numa era em que o mesmo é tido como o ''tio'', em suas dimensões afetivas para com os estudantes. Cobrar, ''puxar a orelha'', realizar avaliações visando o cumprir do aprendizado não é ser tradicional, é ser professor.

Mirela Lourdes
Enviado por Mirela Lourdes em 21/04/2018
Código do texto: T6315445
Classificação de conteúdo: seguro