E DEPOIS DA ESCOLHA?

Entre o sim duvidoso e também o não, ficamos divididos na coluna do meio. Não temos alternativa. A resposta não dá lugar para explicações, como a pergunta não deu.

Em nenhuma delas haverá a certeza absoluta. Somos cristãos e na nossa mente não há lugar para uma arma sequer. É nenhuma, mesmo! Somos contra qualquer tipo de violência, que a nosso ver é sinal de ignorância, arbitrariedade. Mas, diante dessa "ameaça", o que deveria ser SIM tornou-se NÃO!

A força só se impõe onde não há verdade. É a tirania do mais forte que detém o poder de manipular, ação essa degradante entre os seres humanos.

E perguntamos: - Que seres humanos? Onde foi que o homem perdeu esse atributo?

A ignorância e a arrogância são os materiais empregados para a confecção da verdadeira capa que fantasia um indivíduo de “gente”.

Vivemos em um país relativamente novo em relação ao restante do mundo, mas trazemos ainda o sangue contaminado, os mesmos vícios da barbárie. Embora essa mistura de raças através dos séculos tenha formado um povo de índole pacífica e alegre, também, infelizmente, existe o defeito do “jeitinho”, essa malandragem considerada normal, que se tornou costumeira e atualmente é encontrada não apenas entre os humildes ignorantes, mas alcançou os mais altos cargos da nação. É um vírus ou uma bactéria que está infiltrada em todos os pontos importantes da nação, quer no setor público ou privado.

A nossa carta mágna, tantas vezes revista e adaptada às novas situações, não é devidamente considerada quando, por razões equívocas ou escusas, não é bem interpretada. Então, o povo, massa considerada não pensante, é levado às urnas usando seu direito de escolha para interpretar a sua vontade em uma simulação de decisão.

E a escolha é: “Não matar?” ou “Não morrer?”

A resposta, aquela que está dentro de nós, a “Não violência”, nada conseguirá em plebiscito como este. Porque a mídia, liderada pelos grandes interessados manipula as opiniões embaralhando os significados das mensagens e colocando mais dúvida na cabeça das pessoas, para depois responsabilizá-las pela incompetência vigente.

Se por aqui não temos vulcões, furacões ou maremotos, temos uma sociedade em convulsão, insegura, incrédula, somos um barco à deriva, temendo as grandes cachoeiras nesse rio onde flutuamos, esperando encontrar uma àrvore à margem que estenda um galho onde possamos nos agarrar.

L.Stella D. C. de Souza e Mello

lstellamello@uol.com.br

Autora do Romance "EULÁLIA"

Stella Mello
Enviado por Stella Mello em 26/10/2005
Código do texto: T63684