A EVOLUÇÃO DOS TEMPOS

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Rio de Janeiro, 23 de Setembro de 2019.

Neste Setembro, no dia 3, cheguei mais uma vez à cidade de Lagarto-SE, berço de minha família, lugar onde tudo começou para ela.

Já na estrada que liga esta cidade à BR-101, na Taboca, passando sob o portal que ali existe, meu coração disparou mais uma vez e fui tomado de imensa emoção por estar ali.

Ao fazer aquele percurso lembro-me da primeira vez que estive lá. Fui de trem, partindo da estação de D. Pedro II, na Central do Brasil, à época, tendo que fazer 'baldeação' em vários lugares desse percurso, devido à mudança da bitola, nele.

É óbvio que não chego a lembrar a íntegra dessa viagem e desse percurso. E isso se explica pelo fato de naquela época possuir por volta de nove/dez anos. Mas lembro, sim, de algumas passagens pelas quais vivi durante ela.

Lagarto naquela época, início da década de sessenta do século passado, ainda era uma cidade diminuta. Sequer possuía luz elétrica que atendesse à totalidade de sua população. Só a uns poucos lugares. E para quem, como eu, oriundo de um grande centro, a Guanabara, foi até surpreendente.

Dessa forma é normal e natural, tecer comparações entre uma época e outra. E assim é que a cidade está muito diferente do que vi pela primeira vez lá. Enfim o progresso também se estabeleceu nela. E guardando-se as devidas proporções, pode-se dizer que os lugares, lá e cá, hoje, são iguais.

De certo modo preferiria viver o modo daqueles tempos, onde tudo era mais tranquilo. Hoje, o progresso tirou a calma de tudo e de todos. Até mesmo a violência urbana se assemelha aos grandes centro, criando desconforto e preocupação à sua população, também.

E até mesmo o aspecto rural já não é tão observado. Muita gente ali já não quer saber mais da "malhada". Este é o termo que empregam para falar de suas terras plantadas. Poucas plantações se veem ali, atualmente.

A cidade, pode-se afirmar, já vive e sobrevive pelas próprias pernas, haja vista que possui indústrias e comércios, bem como serviços, que consegue manter sua população ali assentadas, sem necessidade de alguém mudar para o Leste/Sudeste, como era em décadas passadas.

Mas tudo hoje é bem diferente do que antes. A flora e a fauna já não são as mesmas. E isso muda a característica daquele lugar. Onde era comum ver-se saguis, viuvinhas, canários da terra, cardeal (cabeça vermelha), dentre outros animais. Até os cavalos foram substituídos pelas motocicletas.

Enfim, os costumes se modificaram. Só uma coisa continua igual como era antes. O sotaque das pessoas ao falar. Porque os trajes e trejeitos igualaram-se às regiões mais avançadas do país. E isso se pode atribuir ao progresso e à invasão das televisão e internet.

Tudo isso se resume só num aspecto: A EVOLUÇÃO DOS TEMPOS.

Terceiro Milenio
Enviado por Terceiro Milenio em 23/09/2019
Reeditado em 23/09/2019
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