Reflexões sobre o presente inspirado no passado

No livro “Reflexões Sobre a Revolução na França”, Edmund Burke faz uma pergunta que, embora se refira a circunstancias da época, penso que pode se aplicar a qualquer época e qualquer país.

Ele diz: “… o que há de ser de uma nação de bárbaros grosseiros, estúpidos, ferozes e, ao mesmo tempo, pobres e sórdidos, desprovidos de religião, honra ou hombridade, nada possuindo no presente e a nada aspirando do porvir?”.

Em relação as tendências atuais, deveríamos nos perguntar qual o sentido de tolerar indivíduos “bárbaros grosseiros, estúpidos, ferozes” que querem nos impor comportamentos e até pensamentos sem sentido através de regras criadas diariamente e de acordo com alucinações particulares?

Como exemplo cito os ativistas do “politicamente correto”, da legalização do aborto, do “coitadismo de marginais”, etc. E a atitude irresponsável de ministros do Supremo Tribunal Federal de afronta ao ainda frágil sistema jurídico do país e ao Povo.

Quando Burke diz “pobres e sórdidos” não devemos associar pobreza com sordidez, mas os que pregam a carência material como padrão de vida ao mesmo tempo que vivem sordidamente no luxo.

Como exemplo temos os “boa vida” que “odeiam” ou criticam a classe média, não distinguindo eles próprios dos que chegaram a essa condição através do trabalho árduo e os que citam a miséria do povo cubano como sucesso de um sistema repugnante.

Na expressão “desprovidos de religião, honra ou hombridade”, podemos substituir “religião” por espiritualidade ou respeito humano e “honra e hombridade” por defesa de valores humanos e culturais, que são as bases para a existência de uma Sociedade coesa e forte.

Aqui cabe os que veem as pessoas como mero instrumentos e estão dispostos a se venderem por quem pagar mais ou por uma posição de destaque na Sociedade.

A expressão final “nada possuindo no presente e a nada aspirando do porvir” nos leva a constatação de que bens materiais não são o verdadeiro patrimônio de um povo. Um povo só adquire e mantêm conforto material se antes tiver um patrimonio moral, cultural e intelectual.

Inspirado no pensamento de Edmund Burke ou de tantos outros seres conscientes do passado ou o que seria ideal, na nossa própria capacidade de discernimento, temos que nos conscientizar que após a volta do que seria um regime democrático, colocamos as decisões sobre nosso destino justamente nas mãos de quem não tem competência moral, intelectual, responsabilidade e compromisso com o futuro do país.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 30/06/2022
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