Ciência da Educação e Filosofia da Educação

O tema educação é uma constante na história da humanidade. Se indagar, questionar, procurar “os como e porquês”, é filosofar; e se educação tem haver com a descoberta do próprio homem e com descobertas que visem beneficiar e produzir conhecimentos que busquem tornar o homem sociável, sábio, pesquisador, então não podemos conceber uma educação que não seja envolta em base filosófica.

Analisando a história, percebemos que, embora de diferentes ângulos, educação sempre foi tema presente nos discursos e indagações filosóficas. Percebemos claramente que filósofos como Sócrates, Platão e mais recentemente Kant, dentre outros, trouxeram à tona e abordaram este tema, ou seja, filosofando, fizeram filosofia da educação. Claro que uma educação utópica, futurista, e por que não dizer o “vir-a-ser” da educação. No entanto, mostra a preocupação com o homem em sua plenitude, ou seja, a conquista dos caminhos que levem a uma educação que seja capaz de satisfazer as necessidades formadoras de uma época, porém, já prevendo os desafios e necessidades de gerações futuras. Filosofar é estar no presente com o olhar voltado para o futuro, e neste contexto a filosofia da educação se caracteriza como antecipador do amanhã. Assim sendo, os filósofos da educação estão sempre utopicamente vivendo, vivenciando o amanhã, e buscando idéias e o confronto destas, à procura da educação ideal para a “construção” do homem (sociedade) ideal. Não caminha sozinha, lança mão de “parceiros”, outros ramos do conhecimento como a antropologia, a política, dentre outras, e da junção de saberes, busca preparar e direcionar os rumos da educação, não como pedagoga ou didática, que são específicas, mas num sentido mais universal.

Em combate à filosofia, surge com o positivismo, o experimentar, a educação vista como pesquisa de laboratório, pesquisa científica. Tenta, esta época, marcar a “morte e o funeral” do pensar filosófico e o nascimento do pensar meramente cientifico, de forma a criar a “educação de laboratório”. Neste contexto, nasce a pedagogia científica, e mesmo o termo pedagogia foi substituído pela expressão “ciências da educação”. A partir daqui, não se sonha, não se questiona os “como, onde, quando e porquês”, mas se trabalha a partir e com o que a ciência é capaz de explicar. No entanto, como Fênix, a filosofia ressurge das cinzas, e isto porque se chega a um ponto que ultrapassa os limites desta ciência, e as indagações se fazem necessárias. Embora, a contra gosto, os cientistas da educação, ainda com restrições, dão as mãos à palmatória reconhecendo a necessidade da filosofia.

É claro, no entanto, a necessidade de se conciliar as descobertas e trabalhos da ciência educacional com a “utopia” filosófica de educação. Neste sentido, creio que, caminhando juntas, ciência e filosofia, são capazes de chegar a esclarecer o questionamento que ao se tornar realidade poderia mudar os rumos da história da humanidade: o que é educação e como fazer educação de forma a mudar a sociedade em prol de uma humanidade mais humanizada, humanizadora e igualitária? Fica a pergunta aguardando por uma resposta de nossos estudiosos, sejam da filosofia, das ciências, ou quem sabe um consenso de ambos.

BJ Duarte
Enviado por BJ Duarte em 02/12/2007
Código do texto: T762030
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