FIM DE ANO

Muitas empresas costumam fazer uma confraternização de fim de ano com todos os colaboradores. Algumas fazem disso um evento digno de ser lembrado pelo ano inteiro, com festas, sorteios, premiações. Para isso acumulam as conquistas do ano e concentram os festejos para esta data. Outras apenas cumprem a formalidade como uma espécie de “obrigação” de final de ano. Limitam-se ao estritamente necessário. Ainda há aquelas que acham que festa de confraternização pode descambar em bebedeiras e por isso preferem dar outro tipo de lembrança àqueles que passaram o ano defendendo a empresa.

Confraternização vem do latim, frater, que quer dizer irmão. Aproveitamos o clima do espírito natalino para nos irmanarmos com todos os que convivemos durante o ano. Alguns aproveitam para os pedidos de desculpas por momentos ásperos que fatalmente ocorrem entre colegas que necessitam competir entre si, em algum dia do ano que se finda. Tudo conforme o bom ensinamento cristão.

É bom lembrar que o fim de ano, com suas confraternizações, movimenta uma máquina fantástica para que aconteça conforme o desejo de todos. Desde o local do evento, passando por decoradores, músicos, cantores, apresentadores, palhaços, dançarinos e é claro, a comilança e a bebida. É claro que ainda existem os brindes, prêmios e lembranças que são distribuídos na ocasião.

Sem dúvida nenhuma um investimento formidável. Apesar do aparente custo alto, uma festa custa muito pouco. Se considerar o custo individual, por colaborador, um bom evento é o que mais marca a vida deste, com um custo inferior a um quarto de salário mínimo. Se todos recebessem um prêmio de R$ 100,00, no final do ano, a maioria sairia xingando o empregador, chamando-o de sovina.

Se receber uma cesta de natal, a família poderá ficar feliz, mas com o fim da festa, todo o benefício cairá no esquecimento. Afinal, o que a empresa quer e precisa é interagir com o colaborador de maneira que haja um recíproco agradecer. Ou que pelo menos haja um sentimento de gratidão.

É natural do ser humano se sentir frustrado por metas não alcançadas, mas raramente agradecemos a própria sobrevivência. Empresas com 10 anos no mercado lamentam metas não alcançadas enquanto outras não resistiram nem a metade do tempo vivas. O que deveria ser comemorado é desperdiçado. Outras que atingem metas e deixam passar a data em branco. Uma empresa que completa um ano sem acidentes de trabalho, com afastamento do trabalhador e não festeja, não demonstra preocupação com a integridade física de seus colaboradores.

Há dirigentes que argumentam que as festas com bebidas alcoólicas costumam gerar confusões. Ledo engano. Mesmo quando há algum desentendimento entre os colaboradores no dia da festa, essa manifestação elimina mágoas retidas há muito tempo e as coisas começam a andar melhor em muitos sentidos. Conhecemos uma empresa que costuma fazer 6 a 8 confraternização anuais e o índice de acidentes caiu a zero. Por outro lado, empresas que passam longo tempo sem confraternizar, costumam ter problemas na confraternização. Normalmente porque querem gastar pouco e contratam empresas sem preocupação com o resultado fraterno da festa de congraçamento.

Uma boa festa revela bons atletas, bons cantores, bons bailarinos, tudo tirado de dentro das fileiras da empresa. Isto é, mostra o lado humano dos colegas de trabalho. Suas outras habilidades e, quem sabe, sonhos recolhidos.

Enfim, uma leitura certa de uma festa de confraternização é muito proveitosa. Ajuda a conhecer os colaboradores, os colegas e descobrir que existe um enorme mundo em cada ser humano que costumamos ver apenas como mais uma peça da engrenagem produtiva.

Tin, tin!

Luiz Lauschner
Enviado por Luiz Lauschner em 09/12/2007
Reeditado em 09/12/2007
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