Não existe atualmente uma visão lógica sobre as origens da violência no Brasil. Acredita-se que todos os aspectos, até o momento, analisados por especialistas no assunto são relevantes no referido estudo.
Historicamente, as décadas entre 60 e 80, foram caracterizadas pela ocorrência de profundas mudanças em várias esferas dentro de nossa sociedade. Influência de uma transformação econômica, política e cultural que significaram uma profunda transformação social.
O desenvolvimento da indisciplinada e da marginalização sócio-econômica, mesmo que já conhecida desde a nossa colonização e, mais explicitamente, a partir do final do século XIX, podem ser entendidos como co-responsáveis pela má qualidade de vida suportada por grande parcela da população. O inchaço das cidades; conseqüência do acentuado êxodo rural das últimas décadas que vem de encontro a descentralização Urbana, forte aliada das periferias que hoje encontramos em massa em todo o país, constitui um fator importante para a análise da desestabilização social.
Por um lado o Brasil sempre foi marcado pelos seus contrastes. Ao mesmo tempo em que o país torna visível a sua multiculturalidade e sincretismo religioso, bem como as tradições regionais, acaba por criar a falsa idéia de uma democracia sedimentada que tanto fomenta a exclusão social.
Com isso quem sai perdendo é justamente o nosso ensino. Não se estabelece uma política de trabalho que simplesmente torne ambíguo o relacionamento educacional em todas as partes do país. Isso é meramente burocrático. Renomadas fundações de estudos culturais já alertaram, há muito tempo as nossas administrações sobre as instabilidades sentidas em diversos clãs estudados.
Seria como vestir a todos os brasileiros com uma mesma roupa. Temos sim um problema de aceitação cultural e atravessamos uma fase em nossa sociedade que é ditada por regras de certa forma, cibernéticas.
Hoje em dia, tudo o que se quer saber sobre educação ou sobre temas dos mais variados, está diante da tela de um computador.
E eu pergunto ao leitor: Em que parte de nossas vidas deixamos de conversar? Pais e filhos, irmãos, amigos; ou mesmo, alunos e professores, ou ainda, professores e pais de alunos!
A introspecção social leva ao abismo do ostracismo pessoal, da popularidade de si mesmo e o que é pior, da deterioração de uma sociedade.
Quando me refiro a uma política de trabalho frente ao ensino brasileiro, falo de crianças carentes, mas também falo de crianças de classe média ou média alta que talvez não tenham a carência econômica, mas enfrentam a carência do relacionamento social.
Por isso, sou da opinião de que o resgate da cultura e das tradições brasileiras deve ser ensinado em sala de aula para que as nossas crianças aprendam a valorizar a si e aos seus colegas de classe, para que sejam ouvintes e respeitadores das nossas mais diversificadas expressões “corriqueiras”; que não são NORMAS CULTAS, mas acompanham essa maravilhosa terra desde o início, época em que índios e jesuítas começavam a mesclar uma forma inovada de comunicação.
Somente assim, valorizando as nossas raízes, é que poderemos estabelecer em um futuro próximo o tão esperado PADRÃO DE ENSINO. Mas lembre-se professor, o elo ainda é a sua forte presença em sala de aula!

O Guardião
Enviado por O Guardião em 10/01/2008
Reeditado em 07/10/2009
Código do texto: T810945