Por que só romance no clube do livro?

Acho fascinante ler. Desde pequeno incentivado pelos meus pais aprendi o sabor agradável da leitura que se tornou paixão a me acompanhar pela vida afora. E esta paixão me presenteou com o conhecimento espírita, que tive o prazer de entrar em contato por intermédio dos livros, principalmente os romances, os lindos romances espíritas.

Li muitos romances, aliás, até hoje aprecio esse gênero. Impossível não se identificar com os personagens, com as histórias, com os medos e angustias das figuras que vivem nos romances. É tudo tão semelhantes a nós, tudo tão parecido com nossa vida que é praticamente impossível não se deixar conquistar pelos romances espíritas.

Certamente vocês, caros leitores e leitoras, também já se identificaram com determinado personagem de livro de romance, torcendo pelo seu sucesso, chorando seu fracasso, e até orando para que seu final fosse feliz.

Esta introdução foi para mostrar que adoro romance, sou realmente fã dos autores que escrevem romances, principalmente o romance espírita bem escrito que nos faz transitar pelos dilemas do personagem, ao mesmo tempo em que nos ensina os postulados libertadores da Codificação Espírita.

Por isso é natural e salutar que as pessoas, principalmente o leitor espírita aprecie este gênero literário, todavia, seria de bom alvitre que o leitor se aventurasse também a ler outros gêneros da rica e vasta literatura espírita. Sim, caro leitor e leitora, há leitura interessante e de boa qualidade além dos romances.

Há bons autores e autoras, criaturas dedicadas à pesquisa que produzem livros fantásticos e que não são romances, mas obras para consulta, estudo e pesquisa.

Por que se ater a apenas um gênero literário quando existe um mar de opções que também acionam o raciocínio? Por que trancafiar as portas do aprendizado para outros livros que também ensinam e conduzem à evolução intelectual?

Isso é limitar a elástica capacidade que temos de pensar. Precisamos nos soltar mais, conhecer novas formas de aprender, experimentar o novo, ousar...

Por que digo isso?

Porque com freqüência amigos salientam que só lêem romances, que não apreciam outro tipo de gênero literário. Uma coisa é preferir, outra é moldar a casa mental e dar exclusividade a essa modalidade. Por que não tentar, caro leitor e leitora? Por que não buscar biografias, crônicas, contos, análises?

E nesse particular é grande o papel que pode desempenhar o dirigente espírita, conversando com os sócios do clube e inserindo também livros que não sejam romances nos clubes dos livros espíritas. Por que não tentar, experimentar?

Fica, pois, a sugestão ao dirigente espírita: intercalar os gêneros literários que são distribuídos nos clubes dos livros espíritas. Se os romances são os mais apreciados, dar-lhes, naturalmente preferência, mas colocar também outros gêneros entre um bom romance e outro, porquanto, caro leitor e leitora, com toda certeza há também boa literatura espírita além dos romances. Basta se aventurar.

Pensemos nisso.

Wellington Balbo

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 29/04/2008
Código do texto: T967563