Abonançando a Tempestade

Publicado por: Leonardo Antunes
Data: 29/11/2006

Créditos

"Abonançando a Tempestade" - Leonardo Antunes

Abonançando a Tempestade

Brame a tempestade, furente e sonora,

Profligando montanhas no ventre cinéreo.

Desde os antros profundos -- abismos funéreos --,

Até o cume de Ílion, tétrica clangora.

Que entidade celeste a ti não honora,

Horríssona borrasca? Quem, dentre os sidéreos,

Não te teme, se estruis a tudo que é matéria,

Desafiando a ordem, a vida e as Horas?

Ouve atenta o sibilo que se te aproxima!

Sus! Abonança a alma, não sê tão ranheta!

Atenta à epifania que ocorre ali em cima!

Não vês que, esvoaçando as asinhas, da greta

De uma árvore, ao ver a mudança do clima,

Muda-se, agora, uma lagarta em borboleta?

(www.eugraphia.com.br)

Leonardo Antunes
Enviado por Leonardo Antunes em 29/11/2006
Reeditado em 30/11/2006
Código do texto: T304427