VESTIDA DE VERMELHO





De vermelho hoje me vesti
 
rasguei as páginas escritas em tinta vermelha
no vaso já murcha estava a última flor vermelha
ofertada por mãos que me tocaram um dia
jurando amor e que jamais me perderia


De vermelho hoje me vesti
a minha dor pintei na tela em tinta vermelha
na boca a mesma cor vermelha
nas veias o sangue fervia
da ferida aberta, sem piedade, escorria


De vermelho hoje me vesti
da lâmina afiada pingava o vermelho líquido
tingindo o que restou de um amor sofrido
olhei para o vazio e não mais te vi
para mim olhei, a cabeça ergui e guerreira resisti