A chuva em você

“É como se você fosse

terra e eu tivesse chovido”

(Aldir Blanc, “Clima-X”)

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Era escuridão na mente

o que eu tentava entender,

mas logo ao amanhecer

tudo ficou diferente:

o seu sorriso contente

a sussurrar no ouvido

incrementou meu sentido

e o que eu toquei virou doce.

É como se você fosse

terra e eu tivesse chovido.

Uma chuva de mansinho

era como eu me sentia:

eu olhava, você ria...

A vida no nosso ninho

era amor, era carinho,

a tristeza evaporou-se.

É como se você fosse

terra e eu tivesse chovido,

é como se seu sentido

aceitasse o que eu não trouxe.

O mundo todo apagou-se

e eu refiz a minha história:

o meu viver era a glória

e o seu sabor era doce.

É como se você fosse

terra e eu tivesse chovido

o dia todo, exaurido

a minha força em você,

mas não me diga por quê.

O que choveu ’tá chovido.

Eu cantei no seu ouvido

e você logo excitou-se.

É como se você fosse

terra e eu tivesse chovido

em você. O seu sentido

aguçou-se ainda mais,

eu semeei muita paz

e o que eu não pude fazer

eu aprendi com você,

mulher! Você é demais!

É como se você fosse

terra e eu tivesse chovido,

entendeu? Não dê ouvido

ao que dizem. Acabou-se

o sofrimento. Eu lhe trouxe

a minha chuva de amor

e dizimei toda a dor.

Você é minha, eu sou seu,

o nosso amor reviveu,

a escuridão acabou.