Orquídea do Meu Jardim
Eu amei tanto teus olhos
que imediatamente me despi
das minhas vaidades,
minhas tolas verdades,
só para não te ferir.
Construí castelos
com telhados azuis
decorados com rosas verdes
iguais às da estampa
do teu vestido de festa.
Adotei como cor
o lilás dos finais de tarde
porque neles poderia te reencontrar,
ainda que longe estivesses.
Eu amei tanto o teu olhar
que me deixei encantar
pelas fitas do teu chapéu.
Elas enfeitavam meus ninhos,
misto de luz e linho,
onde tecemos
nossas infindáveis manhãs.
Amanheci no perfume dos teus cabelos
enfeitei teus novelos de sonhos
com nuvens de algodão.
E pelo salão dançamos
nos demos as mãos e valsamos
pelas tardes dos dias sem fim.
Você sempre foi para mim
o doce da minha inspiração
a canção da minha rima,
minha doce menina,
orquídea no deserto
do meu fértil jardim.
À Ana, minha filha amada!
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