DELEITE NAS SOMBRAS

No obscuro

diviso o muro

que, se seguro,

tornou-se puro,

em meio ao apuro,

perdeu sem juro,

quando hoje procuro,

em ti eu penduro,

pedaços do pão duro,

na fresca desse escuro,

coisas do meu futuro,

cai o prego, fica o furo,

ignorando o fato maduro,

as vozes: te'sconjuro!

bradam no ar impuro,

tinidos do ato imaturo,

e desse desejo eu perduro,

como se estivesse seguro,

atrás das sombras do muro.