DE QUE JEITO?

O que sou?

Já nem sei!

Às vezes, penso ser um vácuo.

Noutras...

Um infinito a pulsar...

Sem lastro!

Labaredas a queimar,

Primaveras a reflorescer,

Um esforço para esquecer!

Aquela brisa leve a acariciar,

Um tufão de vento a me arrastar.

A poesia que passa sem ser vista,

Uma rima...perdida...

Quase que imprecisa!

Sou palavras,

Tantas a serem ditas...

Engolidas pelo silêncio,

Sina maldita!

Sou carinho leve...

Tranquilidade,

E num caminho breve,

Continuo a ser saudade!

O que sou...o que sou...

Como saber?

Se nem mesmo sei,

Desse afã constante

aqui

Dentro do peito,

E da vida que prossegue,

Assim

Meio sem jeito?