QUANDO O AMOR DESISTE...

Em Homenagem a muitas das nossas crianças...

I

Seu sorriso esboçado,hoje já se perdeu...

E empedernida, dele já se esqueceu!

O rosto cansado... e entristecido

Reflete a desgraça do violento destino!

II

Quando menina, sempre assustada...

Acostumou-se a ser mal tratada.

Não lhe contaram os contos de fadas,

E nem sua "rua", sequer "foi ladrilhada"!

III

Gritos ecoam no barraco de tábuas...

E sons violentos, ressoam seus sentimentos.

Seus olhos carentes já são adolescentes

Carecem de amor, nunca foram contentes!

IV

Tão cedo seu ventre germina sementes:

A maternidade lhe seria um presente?

Mas logo percebe a menina assustada

Que a sua sorte já foi propagada!

V

E feita mulher, nada mais lhe pertence...

Nem o corpo explorado,nem a alma gemente!

Hoje a mesma criança continua aviltada

Pelos becos da vida, na violência plantada!

**

"Se essa rua, se essa rua fosse minha..."

**Ciranda infantil do acervo popular

São PAulo,08-11-2002