Corpo santo escondido na veste escura
crivando a mente de idéias e curiosidades.
É o pecado tentando afogar a decência no lago da tentação.
Os olhos inquietos e suspirantes,
que procuram a essência do que há de mais puro na minha existência,
só conseguem me despir a vergonha
e calar a sanidade dos mues desejos.
Não é um pervertimento involuntário
e nem ardência inventada.
É o desejo na forma mais pura
aflorando dos meus poros,
distorcendo as minhas vontades,
esquecendo que o começo é só um detalhe
e que o que realmente importa é o fim.
Nos teus olhos,
que parecem decepar as minhas virtudes,
eu entendo porque o reflexo do meu corpo não se estabelece
É o poder que tens de anular a minha verdade...
Como se eu estivesse trancada num espelho indiscreto de banheiro
esperando a tua aparição pra ser livre sabendo que de nada adiantaria
porque a minha vida não apaga o fato de não te ter em mim.
Se o normal parte as turbinas que me empurram
eu vôo...
Sem ajuda, sem pó,
sem medo de ser mais um resto da tua vergonha
por deixar que as buzinas fossem mais altas que os teus próprios gritos.
É o pecado de querer ser
sabendo que não se é
e mesmo assim ter a certeza de estar correto.