RENASCER DE PÓ E LUZ

RENASCER DE PÓ E LUZ

 

No limiar das dores,

onde a esperança se desfaz em poeira,

caminhaste, irmão perdido,

por vales de sombra e esquecimento.

 

Sopro no abismo

um eco de fé ressurge,

Erga a cabeça.

 

O mundo te deu as costas,

vestindo tua alma de silêncio e dor.

As feridas não eram só carne,

mas cicatrizes no templo do espírito.

 

Foste deixado no cárcere das lembranças,

refém do passarinheiro de engano.

No fundo do poço,

ouviste o rumor suave da Graça.

 

Na cova escura,

um clarão rasga os céus:

Deus está vivo

 

Oh, primícia das mãos eternas,

esboço divino no barro moldado,

ainda pulsa em ti o sopro do Criador.

Ainda há um "sim" para cada "não" que ouvistes.

 

Ventre da Terra,

do pó se ergue um homem:

imagem de Deus

 

Deixa, meu irmão, deixa...

Que a luz penetre tuas brechas,

Que o amor dissolva teus cárceres.

Deixa, meu irmão, deixa...

Que Deus refaça teus contornos com Amor.

 

Correntes caem

no louvor que rasga o céu

há renascimento.

 

Erga a cabeça.

Não como quem desafia,

mas como quem reencontra o Pai no horizonte.

Teu coração: novo templo.

Tua história: nova canção.

 

Você é o filho amado do Criador

Primícia desenhada no útero da Eternidade.

 

Chão de transmutação

Quem se prostra em fé, renasce.

Erga a cabeça meu irmão