Desculpe se eu quero que você me queira
E abomine que você me tenha
Só por achar que eu tenho qualidades nada desprezíveis
Eu realmente prezo quem pensa
Que não só existem pratos redondos
Sou decente até certo ponto
Por isso não prenda em pregos
Nem me chame de pregador
Meu pensamento é uma teletransportador do meu interior
Onde você se gerou
Agora você é meu gerador de multisensações de dor
No quando antes de eu saber
Que você era do chão de barro
Do quiosque e da pracinha
E das xifópagas casinhas
Pra cada lágrima corrida
Uma era pro que eu não entendia
E continuo não entendendo
Mas sabendo
Que não posso mais me livrar
Da chegada à rodoviária
Onde a estrada transporta
Um gigante invisível
De tudo que eu não consigo explicar
Do que não é tangível
Deixe asfaltar sua mente
Mas não perca a simplicidade
Se afaste um semestre da minha cidade
Deixe que a espera transforme imagens
E no reencontro um abraço-catarse