Semestre

Semestre

Desculpe se eu quero que você me queira

E abomine que você me tenha

Só por achar que eu tenho qualidades nada desprezíveis

Eu realmente prezo quem pensa

Que não só existem pratos redondos

Sou decente até certo ponto

Por isso não prenda em pregos

Nem me chame de pregador

Meu pensamento é uma teletransportador do meu interior

Onde você se gerou

Agora você é meu gerador de multisensações de dor

No quando antes de eu saber

Que você era do chão de barro

Do quiosque e da pracinha

E das xifópagas casinhas

Pra cada lágrima corrida

Uma era pro que eu não entendia

E continuo não entendendo

Mas sabendo

Que não posso mais me livrar

Da chegada à rodoviária

Onde a estrada transporta

Um gigante invisível

De tudo que eu não consigo explicar

Do que não é tangível

Deixe asfaltar sua mente

Mas não perca a simplicidade

Se afaste um semestre da minha cidade

Deixe que a espera transforme imagens

E no reencontro um abraço-catarse