AMANDO O PRÓXIMO QUERIDO

Como já falei num dos trabalhos que escrevi sobre o próximo, este não são todos os demais viventes. E também há alguns que são bem próximos e queridos, outros nem tanto. Aqui vou fazer algumas considerações sobre um próximo que deveria ser mais amado, já que é fruto da escolha de cada um, falando do ponto de vista ocidental, onde escolhemos aqueles que nos devem ser parceiros por um tempo impreciso, quando não o é por todo o tempo em que o tomamos para partilhar dos poucos dias em que vivemos nessa curta existência. Vou falar, assim, da mulher amada, ou que assim deveria ser, já que escolhida para conviver conosco nossas angústias e alegrias, prazeres e dissabores.

Estamos vivendo uma época de ouro como sociedade, a qual é considerada moderna. Temos muita informação disponível e alcançamos elevado grau de capacidade de julgamento e de raciocínio crítico. Temos liberdade para escolher com quem dividir o nosso espaço e as nossas carências, inclusive optando se devemos nos submeter as condições originalmente criadas por Deus para uma vida a dois, homem-mulher, macho-fêmea. E isso de tal forma que até os governos tem legislado sobre essa liberdade, concedendo-a para a formação dos pares afetivos independente do estabelecido por Deus, e dentro dos princípios fundamentais para a perpetuação da espécie. Assim, já não mais é exigido que um casal seja de sexo diferente para uma união marital, nem que se tenha em mente a perpetuação da espécie para que se relacionem sexualmente. O conceito moderno de amor é de sentimentos de desejo e paixão, independentemente do sexo de cada um.

Assim, já não estamos sujeitos a padrões rígidos de comportamento como num passado recente. E todos são livres para fazer as suas escolhas, bem como para voltar atrás nessa escolha, se, por desventura, concluir que estava equivocado quando a fez, ou quando decidiu por alguém que não satisfez as suas expectativas ou carências no aspecto afetivo.

Essa liberdade deveria ser motivo de mais felicidade, pois que, desatrelado dos padrões rígidos de comportamento, agora o homem (ser humano) pode fazer o que lhe agrada, se isto é que pode propiciar satisfação e consequentemente felicidade.

E já que libertos dos preconceitos ultrapassados dos nossos progenitores “quadrados”, não precisamos mais ficar sujeitos ao convívio de alguém que não nos agrada no aspecto afetivo. Podemos amar, assim, a quem escolhemos e a quem queremos, mesmo que isso possa variar no tempo, e mesmo que esse tempo possa ser tão ínfimo qual espaço de um dia. Assim, é possível num mesmo dia levarmos para o leito, o qual não precisa ser obrigatoriamente o conjugal nem o da nossa alcova, mas de um hotel ou motel, alguém que conhecemos naquele instante, e também um outro que nem conhecemos ainda, mas cujo olhar nos agradou e que dizemos ter sido “amor a primeira vista”.

E essa facilidade e veleidade nos leva a confusão de sentimentos e nos faz esquecer de uma lei universal que pode nos tornar uma vítima desses conceitos modernos, a saber: “ama ao teu próximo como a ti mesmo”, ou “do modo como quereis que os homens vos tratem, tratai também aos homens”. Estas, palavras de Jesus, o qual é tido como o mais sublime dos homens.

Então, se alguns que traem ou que tratam com dureza aos seus “amores” tivessem consciência da profundidade e consequência dessa lei, jamais isso faria. Pois que não gostariam de ser tratados como tratam. Já que “esse próximo” é um dos mais próximo e desejados.

Manaus, 06/08/2011

Por Oli Prestes