Dueto da angústia e da impossibilidade

ANGÚSTIA / ESTHER LESSA

AH, AS IMPOSSIBILIDADES QUE CONSTRANGEM!

AH, O SENSO QUE PRECISA SER ADMINISTRADO, CONTIDO...

AH, QUEM SABE, A RENÚNCIA NUM TEMPO JUSTO?!

AH, O DESESPERO DA AVALANCHE POR UM CHÃO FIRME!

AH, O CAMINHO PEDREGOSO QUANDO SE QUER A PÉTALA MACIA!

AH, ESTE UMBRAL QUE NÃO SE PODE TRANSPOR!

AH, A PENUMBRA ...SÓ ILUMINADA PELA ESPERANÇA!

AH, A RESISTÊNCIA CONSCIENTE!

AH, A BUSCA DA PAZ BEM DENTRO DOS TRILHOS!

Ah, as impossibilidades! / Eligio Moura /Soneto

Ah, as impossibilidades que nos prendem...

O senso firme a segurar o passo...

A renúncia em um tempo mais escasso...

E o chão que falta quando as dores tendem.

Ah, o caminho cheio de espinhos densos,

quando se busca apenas a flor macia...

E o umbral que a alma ousada não se desvia,

tornando o peito ao caos dos seus incensos.

Mas há na penumbra um lume escondido,

Esperança que ilumina o consciente,

E força cresce onde o chão está partido.

Se a paz é um trilho, segue-se insistente,

Pois, mesmo em pedras, o passo é vívido,

Na busca intensa de um amor presente.