A minha aldeia é igual a outras tantas:

Chove e faz frio e faz sol… Cheira a terra;

Sonha-se livremente sem ter guerra…

Ah, terra minha!... Tanto que me encantas!

A minha aldeia guarda na memória,

Os tempos das misérias enraizadas;

Nas rugas deste povo, imensos nadas,

Porque dos nadas não se faz História!...

E da Serra, que é musa do meu canto,

Olhos galgaram largos horizontes,

Percorrendo universos mil de espanto;

Sal de mágoa e suor rompeu nas frontes;

Povo que trabalhou selvagens montes,

Amamos nossa terra, tanto! … Tanto!...

14/01/2007, Henricabilio

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A Serra-de-Todo-o-Mundo é uma pequena montanha, de terrenos basálticos, situada entre a serra dos Candeeiros e o Montejunto. Dela fazem parte as freguesias de Painho, Figueiros, Alguber ( concelho de Cadaval) e A-Dos-Francos e Landal (Concelho de Caldas da Rainha), no litoral centro português, uns 80 km a norte de Lisboa.

Do alto da Serra, desfruta-se um belo panorama que abrange dezenas de quilómetros até ao mar e, na direcção oposta, avista-se a cidade de Santarém a mais de 30 quilómetros de distância.

Os seus terrenos negros e muito férteis são únicos na região e foram em tempos explorados nas culturas de sequeiro trigo, milho, feijão, batatas e vinha; hoje a região, pelo seu micro-clima único – que vai até ao Cadaval e Bombarral – é o centro universal da famosa Pêra Rocha, exportada para todo o Mundo.

No alto da Serra-de-Todo-o-Mundo ainda se podem encontrar vestígios da ruínas de uma Ermida com mais de setecentos anos (pertencente à Ordem de Malta), onde existiu uma imagem de Nossa Senhora do Ar, padroeira da Aviação de Todo o Mundo, motivo pelo qual também é conhecida esta serra por: Serra de Nossa Senhora do Ar.

Em tempos remotos, os reis de Portugal chegaram até aqui venerar a Santa, por uma estrada íngreme que vem do lado da aldeia de Alguber (sul) e que nessa época estava devidamente pavimentada. Durante as invasões francesas a Ermida foi totalmente destruída e as suas relíquias devassadas.

Deixo aqui a minha homenagem a esta Serra e à minha aldeia, Casais da Serra, situada na sua vertente sudeste.

Com um abraçooo do

Abílio Henriques.