MANIFESTO

Ao publicar hoje  este poema do meu amigo MANUEL DE LIMA, estou eu e os amigos em comum a prestar-lhe uma homenagem.
Herdei todos os manuscritos deste amigo (sem família) e em breve será editado um livro seu, assim eu terei cumprido o seu maior sonho.

Susana Custódio

 
MANIFESTO

Obrigai um homem
A querer o que não quer;
A amar o que o que detesta;
A sentir o que não sente;
A rir…quando não acha graça:
A passear…quando lhe não apetece…

Empurrai-o com violência
Para o abismo que evita;
Para a mentira da Verdade;
Para a ilusão que o irrita…
Obrigai-o a falar
Para lhe tapardes a boca!
Atirai-o à valeta
E mijai-lhe por cima!
Chamai-lhe de louco!
…e ainda é pouco!
Exigi-lhe que dê,
Sem nada lhe dar…
E depois?
Cair-vos-á em cima
A ruína que dele fizestes!
Caireis em cova funda
Mais funda que a dele!
E ficareis à espera
Que alguém vos dê a mão…
Será tarde…porque morrestes!
E só ele, que empurrastes,
Viverá!!!
E vós?...NÃO!!!

Barreiro, Ano de 1973
 


Manuel de Lima era formado em Teologia, Letras e Filosofia
- Foi professor de Português e de Francês e Música


Este poema encontra-se também em Aúdios onde eu tentei falar com a intensidade com que ele falava

Sintra, 06 de Setembro de 2008
SUSANA CUSTÓDIO
Enviado por SUSANA CUSTÓDIO em 06/09/2008
Reeditado em 13/09/2008
Código do texto: T1164315
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