Corpo e Alma

dói em mim não ter
o sorriso dado
a palavra dita
essa saudade infinita
que queima e arranha
a todo instante
(eterno amor
ou dor constante?)

dói em mim saber
que não me queres ver
não me precisas ter
dor que inunda meu corpo
dilacera a alma
coração partido
amor perdido
espera

e mesmo que não mais me fales
a tua voz ecoará, sim
em cada poro
nesse rio sonoro
que escorre em mim
pois na eternidade do tempo
na agonia da chuva
no farfalhar do vento
no lamento do trovão
à meia-noite
no tilintar dos copos
nossos corpos
tão distantes
silenciam e se tocam
somos tu e eu
sincronia
sintonia
corpo e alma
luz e breu.