à Robson Dantas
pássaro arredio,
sobrevoas marés
alcanças bandos
em todas as planícies
por onde pousas
vento solto
acaricia a face
dono do próprio vôo
segues sem destino
a trilha das estrelas
até aterrissares
em minha janela
e beber auroras
em meus dedos
gorjeio indeciso
rumo incerto
bates as asas afoito
pairando entre
meus jardins
e voltas
sempre voltas
sem correntes
sem amarras
adentras os vitrais sagrados
secreto templo oculto
onde plantas tulipas
e colhes poemas líricos
sinos anunciam
a tua chegada
procissão de anseios
rosário de desejos
e voltas
sempre voltas
pássaro afoito,
não há grades
em minha janela