A CANÇÃO DA SAUDADE

Publicado por: naja
Data: 01/10/2010

Créditos

Belíssima poesia de Olegário Mariano. Amei e não resisti, declamei ou falei....ouçam a beleza da poesia.
                         A CANÇÃO DA SAUDADE


Que tarde imensa e fria!
Lá fora o vento rodopia...
Dança de folhas..Folhas, sonhos vãos,
que passam, nesta dança transitória,
deixando em nós, no fundo da memória,
o olhar de uns olhos e a carícia de umas mãos.
Ante a moldura de um retrato antigo,
põe-se a gente a evocar coisas emocionais
Tolda-se o olhar, o lábio treme, a alma se aperta,
tudo deserto...a vida em torno tão deserta
que vontade nos vem de sofrer mais!
Depois, há sempre um cofre e desse cofre
tiramos velhas cartas, devagar...
É a volúpia inervante de quem sofre:
ler velhas cartas e depois chorar.
Que tarde imensa e fria!
Nunca mais te verei.... Nunca mais me verás...
Lá fora o vento rodopia...
Que desejo me vem de sofrer mais!

                                                  OLEGÁRIO MARIANO 
naja
Enviado por naja em 01/10/2010
Reeditado em 22/12/2010
Código do texto: T2532679