Guardião das Quimeras
                                           
De Glayco Firpe

Penso no desfolhar dos ramalhetes
Pelos remansos das águas,
Poemas de gerar colóquios
No serenar das mágoas.
Não, não penso consequências
E primo no espocar dos versos,
No ritmo espontâneo
De um se abrir em rosa.
Agora sou feito  em pura paz,
Jogo formado de palavras doces,
Vejo-me a viajar poemas
E rio um riso de fonte.
Trago nos olhos o perdido
Do mais remoto horizonte.
Prestei concurso para anjo guardião
E Deus me nomeou a trabalhar
Nesses distantes rincões.
Eu pastoreio vinhas solitárias
E guardo dos plagiários
Os hinos não gravados,
Os coros do divino
Que descem de imaginários montes
Perdidos no sótão dos sonhos não sonhados.
Posso dizer então que sou feliz de ser quem sou,
Que vivo a plenitude desse dia,
Não penso aposentadoria.



               *Homenagem ao poeta e escritor Glayco Firpe,  do livro "Veredas do Tempo", um de meus poemas preferidos.
 

Para ouvir o áudio:

http://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/65461