. Alma 4
O quarto paira-me por fora
mergulhado numa penumbra
que talvez me cubra, também,
ainda que não me invada.
Ao centro, indiferente,
a sofrida fobia ao nulo.
O escuro é uma mentira
contada só aos meus olhos.
Pode parecer que reajo
ao equivoco com uma lágrima,
mas não será tanto assim.
Como também não será
meramente impune
o ser tosco no desencontro,
no auto-desentendimento,
no óbvio do desencanto.
E a lágrima mente de mim,
no escuro,
pois que a verdade
é o único temor insano
a habitar no silêncio.
E, se tudo passa,
encadeado na corrente,
desse riacho dos amanhãs,
também posso aqui ficar
sentadinho na margem,
muito sossegado, só a ver
e se me portar bem; claro!
Mas, aí, não prometo nada!
_____________________LuMe