Tenho de te contar
de umas quantas, muitas
florinhas amarelas:
daquela frescura
chocantemente intensa;
daquele fulgor de festa
nos prados deleitosos
em que ninguém passeia.
...Contar-te, mais,
da urgência de te levar
uma parcimónica porção
daquela aragem
daquelas todas cores
e de tanto mais que vida
para um sol benigno
e competente abençoar.
Não deixes que me esqueça
de te dizer, sorrindo,
de um punhado de flores
a fazer-se ramo para ti
e só por um qualquer
daqueles sorrisos
que, no teu rosto,
se fantasie de primavera.
Mas ainda te digo
de uma verde esperança
naquele poema no céu
arvorado em andorinha
em cada bonança.
Por assim dizer,
e por benesse da lírica,
a ideia alinda-se
não só quando rima
mas de ser tão verdade
ou em jeitos de...
enfim!, tu sabes!
toda a gente sabe,
ou devia saber !
Tá certo!, a lírica
é uma boa lírica,
mesmo se um narizito
mais personalizado
descobre um não-sei-quê
na paisagem
com um cheirinho ...enfim,
a modos que esquisito.
...
"Ora ! Vivó amendoim !"
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___________________LuMelo
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Saravah, Carlos Drumond!