Engane-se o peito com o chiado da porta,
a espera....
A espera tritura mais do que as eras
De uma alma angustiada.
Porque o silêncio me resta e mais nada?
O vácuo profundo de minhas alegrias
O tempo prensado na agonia
De uma morta sensação de nada.
Disparo no peito um projétil de hora passada:
Entra-me gélido e se espalha
Pelo estômago e pela cara
diante do relógio em seu rito ordinário.
Engana-se o peito com a hora que passa
O momento infinito da espera.
A esperança enlatada
em meu sorriso amarelo,
E um medo medonho
de você não mais voltar.