(Anti)Regularidade

(Anti)Regularidade

Como saber o que é poesia?

Se a tempestade cai fina, a rima não rima (que bom!)

e a musicalidade cala-se aos gritos (sem som),

Frente à turba, ah! esse povo

Ululando oníssono por seu futebol

Sambando as iras no Carnaval

Enquanto os vadios engravatados

Com asseclas, "malcomunados"

De lacaios fazem (d)o povo

(Ah, invisuais visionários...)

Desse pustema agressor

a lhes tirar tudo, do quase nada à dor...

Como saber o que é poesia?

Se do trigo, lambemos o joio

Quando do amor magoamo-nos, doridos

E, das facetas, do poeta,

na certa

Desconhece-se as intenções

Chorando seus versos perdidos

aos ecos de tamanha emoção...

Se assentimos o fazer (anti) poético,

Ao que dele nos cobrimos de razão

Faça-se, então, a (anti)poesia,

cuspindo regras, manias... ou não!

* A palavra entre aspas foi escrita deliberadamente de forma imprópria.

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 08/11/2017
Reeditado em 24/04/2019
Código do texto: T6166003
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