Canção de pavor de alfredo

Publicado por: R R Vieira
Data: 01/07/2020
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Autor: R R Vieira
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Canção de pavor de Alfredo

Na hora transiente entre a aurora e o poente

Os pássaros cantam no jardim

A luz preenche o quarto mudo

Mas as trevas permanecem

Escondidas no canto escuro

Meio invisível, meio visível

Em inanimada suspensão

Uma forma de hibernação

Na transiente hora entre o poente e a aurora

As cobras serpenteiam no jardim

Devorando os ratos.

As flores se escondem

E parecem apenas mato

O quarto não está mais mudo

E o canto escuro não é mais um canto

Mas o próprio quarto

O que estava suspenso é continuado

O ser até então inanimado clama seus brados

Quando acordado pela hora

Anterior a aurora

As falsas luzes do dia anterior

São trevas com certo pudor

A serem manifestas pelo poente

Que em algum momento estará presente

Mas nem todas as luzes são falsas

Só todas as vês.

R R Vieira
Enviado por R R Vieira em 29/06/2020
Reeditado em 29/06/2020
Código do texto: T6990881
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