Clave de Sol

Sinos tocam ritmados e plangentes anunciando
que é você quem multiplica meu tempo...
No templo da minha ampulheta a poesia
cuida das flores nos jardins e nas hortas maravilhosas...

Não comemoro também mais a cura do amor
pois, se o amor morreu, morro eu...
E só renasço a um novo amor. Não me interessa
onde começa a primavera, pois não sei onde estou...

Minha referência não é o tempo: é a felicidade.
E das flores que há nos jardins a minha
já multiplicou, pois de amor e de abraços somos férteis...

Quero aninhar as minhas esperanças,
saudando o vinho, à clave de sol, à poesia, ao arrebol...
tirando você para dançar e bebendo do teu mel...